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FOGO AMIGO
Lula achava ministra importante contraponto a Palocci, que não apoiou nome
Dirceu teve ação decisiva na
escolha de Dilma para posto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Quando José Dirceu acertou a
saída da Casa Civil por causa das
denúncias do então deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ),
Lula tinha dois nomes para substituí-lo: Dilma e o ministro da
Educação à época, Tarso Genro.
Dirceu teve peso decisivo ao vetar
Tarso e apontar Dilma como a
ideal para sucedê-lo.
Lula, que tinha simpatia pelo
comportamento assertivo dela
nas reuniões reservadas, achou
boa opção. O presidente julgou
importante manter algum tipo de
contraponto a Palocci, ministro
mais poderoso. Ciente disso, Dirceu articulou a escolha de Dilma.
Na época, Palocci não gostou. O
ministro da Fazenda chegou a travar disputas de bastidores quando ela ainda comandava a pasta
de Minas e Energia. Agora, essa
disputa se tornou ainda mais forte, pois Dilma passou a ter o cacife
da Casa Civil.
Palocci isolado
Com a queda de Dirceu e a saída
de Luiz Gushiken da Secretaria de
Comunicação de Governo, o "núcleo duro" mudou mais do que já
havia mudado na crise Waldomiro Diniz, no início do ano passado. Palocci ficou ainda mais isolado depois de Gushiken deixar o
grupo. O ex-ministro costumava
fechar com Palocci nas discussões
mais duras.
Agora, Palocci conta com o discreto apoio de Márcio Thomaz
Bastos (Justiça), que, em meio à
crise, tem pouco tempo para tratar de questões econômicas. Pensa mais na difícil administração
da PF (Polícia Federal).
O "núcleo duro" atual, chamado oficialmente de grupo de
Coordenação de Governo, é formado por Lula, Dilma, Palocci,
Ciro, Thomaz Bastos, Jaques
Wagner (Relações Institucionais)
e Luiz Dulci (Secretaria Geral).
Assim como Ciro, Wagner e Dulci
também se alinham mais com
Dilma, apesar de o ministro das
Relações Institucionais ter ajudado Palocci em algumas disputas.
Palocci conta ainda com o apoio
de Paulo Bernardo (Planejamento), que conduz as articulações do
novo plano fiscal de longo prazo.
Até agora, Palocci tem conseguido manter a sua força política,
e as avaliações na área econômica
são que Dilma, apesar de durona,
nem de longe tem o peso político
de seu antecessor. Assim, a influência do ministro da Fazenda
para conseguir fazer valer suas
posições ainda é forte.
A dúvida é se ela permanecerá
assim em 2006, período eleitoral e
de grandes tentações a gastos para
assegurar conquistas nas urnas.
Na última quinta-feira, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), reuniu-se com
Lula e Palocci para apresentar reivindicações que ajudariam a melhorar o clima de guerra política
no Congresso. Problema: essas
reivindicações significam mais
gastos públicos.
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