São Paulo, domingo, 30 de outubro de 2005

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CONFLITO DAS AMÉRICAS

Conflito entre presidentes dos EUA e Venezuela deve ter destaque em reunião de Mar del Plata

Contra Bush, Chávez vai a "anticúpula"

MAELI PRADO
DE BUENOS AIRES

Sem grandes avanços práticos previstos, deve ganhar espaço na Cúpula das Américas o conflito entre o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o presidente dos EUA, George W. Bush. O venezuelano já confirmou que estará presente também na Cúpula dos Povos, que ocorre paralelamente em Mar del Plata e que tem como objetivo repudiar a Alca e a presença de Bush.
Chávez estará presente em um estádio da cidade, onde ocorrerá essa "anticúpula", como vem sendo chamada na imprensa argentina, na próxima sexta-feira. "Chegará o 4 de novembro e estaremos em Mar del Plata para dizer: a Alca ao c...", afirmou o presidente venezuelano.
Os passos de Chávez são acompanhados com lupa pelo governo dos EUA, já que ele é visto com suspeitas devido a seu discurso nacionalista e seus contatos com Cuba. Ele defende a Alba (Alternativa Bolivariana para as Américas) como alternativa de integração latino-americana à Alca.
A visita de Bush à Argentina, na semana que vem, já provoca protestos de organizações sociais e políticas, que realizarão em Mar del Plata passeatas de repúdio à presença de Bush.
A imagem do presidente americano, que depois da Argentina visitará o Brasil, está debilitada na América Latina, e, segundo analistas, um dos seus desafios na cúpula será melhorar sua relação com os países da região.
Mais de 30 presidentes devem comparecer à Cúpula das Américas, que ocorre nos dias 4 e 5 de novembro na Argentina.

Livre comércio
A declaração final da cúpula ainda não foi concluída. Segundo reportagens publicada na última quinta-feira pelo jornal argentino "La Nacion", há divergências entre os representantes dos países que participarão do encontro sobre se a Alca vai ou não ser mencionada no texto que vai ser assinado.
De acordo com entrevista publicada por diários argentinos, o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Carlos Gutiérrez, afirmou que a cúpula pode ser uma oportunidade para o país tentar impulsionar a Alca, mas negou que o objetivo dos EUA seja fixar um prazo para as negociações do bloco. "Quero criar um vínculo entre o setor privado argentino e o setor público americano."


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