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TURISMO
Ao encurtar distâncias e baratear o passeio, alternativa torna o Brasil um destino mais atraente, dizem operadores
Vôo charter dobra vinda de turista estrangeiro
FABÍOLA SALANI
DA REDAÇÃO
Mais do que dobrou o desembarque de passageiros estrangeiros por vôos charters nos últimos
dois anos no Brasil. A reboque
desse fenômeno, novos vôos internacionais regulares foram confirmados nos últimos meses e novos hotéis foram e ainda serão
inaugurados na costa do país.
De janeiro a agosto de 2003,
97.350 passageiros desembarcaram em vôos fretados internacionais no Brasil. Neste ano, o total
subiu para 251.300 no mesmo período, segundo dados da Infraero
-um crescimento de 158%.
"O vôo charter cria as condições
para o vôo regular", afirma Jeanine Pires, diretora de turismo de
negócios e eventos da Embratur.
E, segundo ela, o fenômeno é
mais visível no Nordeste, para onde se dirigiram, em julho, 28 vôos
fretados semanais, além dos regulares. Os números de desembarques confirmam: em 2002, foram
61.100 passageiros vindos por
charters ao Nordeste brasileiro,
ante 214.800 turistas em 2004.
Fortaleza foi a cidade que mais
recebeu vôos fretados internacionais em julho, com nove pousos
semanais, seguida por Natal, com
oito, e Porto Seguro, com seis.
"São vários fatores: o turista estrangeiro tem um perfil de procurar por sol e mar, e o Nordeste é
quente o ano todo. Além disso, vir
por vôo direto encurta a viagem
no caso do europeu ou do americano", disse a diretora da Embratur. De fato, a viagem direta de
Lisboa para Natal dura pouco
mais de sete horas, mas o tempo
sobe para 13 horas só no avião se o
turista tiver de ir antes até São
Paulo e então à capital potiguar.
Para o presidente da Abih-Ceará (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), Eliseu Barros,
o vôo charter ajuda a atrair mais
turistas estrangeiros também ao
baratear o pacote, facilitando a
vinda especialmente de europeus.
"Hoje, há períodos em que a fatia de estrangeiros em alguns hotéis chega a 20%", afirmou Barros, lembrando que, antes da "explosão" de turistas internacionais,
a presença de estrangeiros se limitava a 4% do total de hóspedes.
Portugal é o campeão de emissões de passagens. Do cerca de 1
milhão de portugueses que viajam ao ano, 56% vêm ao Brasil, segundo Luís Tonicha, diretor de
contratação da operadora portuguesa Viagens Abreu. "Tenho
clientes que vão de seis a sete vezes por ano ao Brasil", afirma o
executivo.
De olho nesse filão, a TAP iniciou em junho deste ano seu 40º
vôo semanal para o Brasil.
E a companhia de fretamentos
da TAP, a White, ocupa um terço
de suas operações com vôos para
o Brasil. Natal, em primeiro lugar,
Recife e Fortaleza são as cidades
para onde a companhia voa preferencialmente. No ano passado, a
White operou 67 vôos para o Brasil. Neste ano, foram 92 até o final
de setembro e a previsão é fechar
o ano com 106 vôos para o Brasil.
E há nacionais nesse mercado.
A BRA está operando fretamentos semanais que ligam o Brasil a
Portugal, à Alemanha e à Suécia.
Qualificado
Segundo Jeanine Pires, da Embratur, o turista que viaja por vôo
charter é mais qualificado. "Ele
normalmente não vem sozinho e
usualmente está com a família."
E é em busca desse turista mais
qualificado que os governos estão. "Estamos investindo para
atrair turistas para a parte cultural, gastronômica e de esportes
náuticos", afirmou o secretário de
Turismo de Pernambuco, Alfredo
Bertini. Segundo ele, um turista
que se interesse por mais do que
simplesmente sol e mar diversifica os passeios e até seus gastos.
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