São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 2006

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Composição do governo eleito gera expectativa

Na sexta-feira, EUA divulga números de vagas criadas

DA REPORTAGEM LOCAL

Após a movimentada semana passada, os próximos dias tendem a ser mais calmos. Pelo menos a agenda de divulgação de eventos econômicos, tanto aqui quanto no exterior, vai ser menos agitada que a da última semana.
Marcelo Voss, economista da corretora Liquidez, diz que o mercado estará nos próximos dias sob a expectativa das primeiras movimentações do novo presidente, "a organização de sua base parlamentar e especulações quanto aos principais ministérios".
"Nos indicadores, o destaque da semana será na sexta-feira, quando serão divulgados os dados de mão-de-obra (vagas criadas) norte-americanos. O cenário deve continuar positivo, consolidando a sinalização de um crescimento sustentável com menor pressão inflacionária nos Estados Unidos."
Na semana passada, o mercado conviveu com a decisão do Fed (o banco central dos EUA), que manteve os juros do país em 5,25%, e a divulgação da ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central).
A ata do Copom mostrou que os dirigentes do Banco Central podem ser mais cautelosos daqui para frente na condução da política monetária.
Mas não está descartada uma nova redução na taxa básica da economia brasileira, a Selic, no último encontro do Copom do ano, que vai acontecer no fim de novembro.
Hoje a FGV (Fundação Getúlio Vargas) vai divulgar o IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado) de outubro. Elson Teles, economista-chefe da Concórdia Corretora de Valores, espera que "a variação mensal do índice fique entre 0,30% e 0,35%, contra 0,29% no mês anterior".
"A pequena alta em relação ao resultado de setembro será devida à maior pressão exercida pelo IPA-M [índice de preços por atacado], por conta da aceleração da alta dos preços agrícolas. Confirmando-se nossa estimativa, a taxa do IGP-M atingirá 2,6% no acumulado do ano, e 3% nos últimos 12 meses", diz o economista.

Juros menores
Por conta da inflação brasileira controlada e do baixo crescimento da economia do país, muitos analistas e economistas defendem uma queda mais expressiva dos juros básicos. A Selic está atualmente em 13,75% anuais.
A expectativa predominante no mercado é a de que a taxa Selic termine 2006 a 13,50%. Mas há uma ala que aposta em uma redução de 0,50 ponto percentual na taxa na reunião do próximo mês, o que a levaria a 13,25% anuais.
Durante a semana, também serão conhecidos dados do setor imobiliário norte-americano. Na quarta-feira, haverá discurso do presidente do Fed, Ben Bernanke.
Na sexta-feira passada, o governo americano anunciou que o PIB (Produto Interno Bruto) do país teve crescimento de 1,6% no terceiro trimestre. Os analistas esperavam que o PIB crescesse ao menos 2%. No segundo trimestre, a expansão da economia americana foi bem mais forte, de 2,6%.
Com a maior economia do mundo dando sinais de que está mais fraca do que o desejado, ampliaram-se as dúvidas em relação ao futuro dos juros norte-americanos.
A inflação dos Estados Unidos ainda está dando sinais preocupantes, com os dados de núcleo -dos quais são descontados itens voláteis, como energia e alimentos- indicando uma pressão acima da considerada ideal.
E o PIB do país mostrou estar menos aquecido do que o projetado pelos analistas.


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