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Composição do governo eleito gera expectativa
Na sexta-feira, EUA divulga números de vagas criadas
DA REPORTAGEM LOCAL
Após a movimentada semana
passada, os próximos dias tendem a ser mais calmos. Pelo
menos a agenda de divulgação
de eventos econômicos, tanto
aqui quanto no exterior, vai ser
menos agitada que a da última
semana.
Marcelo Voss, economista da
corretora Liquidez, diz que o
mercado estará nos próximos
dias sob a expectativa das primeiras movimentações do novo presidente, "a organização
de sua base parlamentar e especulações quanto aos principais
ministérios".
"Nos indicadores, o destaque
da semana será na sexta-feira,
quando serão divulgados os dados de mão-de-obra (vagas
criadas) norte-americanos. O
cenário deve continuar positivo, consolidando a sinalização
de um crescimento sustentável
com menor pressão inflacionária nos Estados Unidos."
Na semana passada, o mercado conviveu com a decisão do
Fed (o banco central dos EUA),
que manteve os juros do país
em 5,25%, e a divulgação da ata
da última reunião do Copom
(Comitê de Política Monetária
do Banco Central).
A ata do Copom mostrou que
os dirigentes do Banco Central
podem ser mais cautelosos daqui para frente na condução da
política monetária.
Mas não está descartada uma
nova redução na taxa básica da
economia brasileira, a Selic, no
último encontro do Copom do
ano, que vai acontecer no fim
de novembro.
Hoje a FGV (Fundação Getúlio Vargas) vai divulgar o IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado) de outubro. Elson
Teles, economista-chefe da
Concórdia Corretora de Valores, espera que "a variação
mensal do índice fique entre
0,30% e 0,35%, contra 0,29%
no mês anterior".
"A pequena alta em relação
ao resultado de setembro será
devida à maior pressão exercida pelo IPA-M [índice de preços por atacado], por conta da
aceleração da alta dos preços
agrícolas. Confirmando-se nossa estimativa, a taxa do IGP-M
atingirá 2,6% no acumulado do
ano, e 3% nos últimos 12 meses", diz o economista.
Juros menores
Por conta da inflação brasileira controlada e do baixo
crescimento da economia do
país, muitos analistas e economistas defendem uma queda
mais expressiva dos juros básicos. A Selic está atualmente em
13,75% anuais.
A expectativa predominante
no mercado é a de que a taxa Selic termine 2006 a 13,50%. Mas
há uma ala que aposta em uma
redução de 0,50 ponto percentual na taxa na reunião do próximo mês, o que a levaria a
13,25% anuais.
Durante a semana, também
serão conhecidos dados do setor imobiliário norte-americano. Na quarta-feira, haverá discurso do presidente do Fed,
Ben Bernanke.
Na sexta-feira passada, o governo americano anunciou que
o PIB (Produto Interno Bruto)
do país teve crescimento de
1,6% no terceiro trimestre. Os
analistas esperavam que o PIB
crescesse ao menos 2%. No segundo trimestre, a expansão da
economia americana foi bem
mais forte, de 2,6%.
Com a maior economia do
mundo dando sinais de que está mais fraca do que o desejado,
ampliaram-se as dúvidas em
relação ao futuro dos juros norte-americanos.
A inflação dos Estados Unidos ainda está dando sinais
preocupantes, com os dados de
núcleo -dos quais são descontados itens voláteis, como energia e alimentos- indicando
uma pressão acima da considerada ideal.
E o PIB do país mostrou estar
menos aquecido do que o projetado pelos analistas.
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