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EUA investigam risco de fundos de hedge
Henry Paulson, secretário de Tesouro americano, diz que as autoridades precisam saber se há liquidez suficiente no sistema
Pressões sobre o setor se intensificaram desde que fundo perdeu US$ 6,6 bi devido a apostas em contratos de gás natural
DA BLOOMBERG
As autoridades reguladoras
dos Estados Unidos precisam
investigar o setor de fundos de
hedge, que movimenta US$ 1,3
trilhão ao ano, para garantir
que os investidores estão protegidos e que os riscos sistêmicos que eles possam representar são conhecidos, disse o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Henry Paulson.
As autoridades reguladoras
norte-americanas precisam
descobrir se "há transparência
suficiente" nos fundos de hedge, disse Paulson, "e se há liquidez suficiente no sistema".
O Departamento do Tesouro
dos EUA está liderando uma
força-tarefa que investiga o impacto dos fundos de hedge sobre os mercados financeiros.
Essa investigação também envolve a Securities and Exchange Commission (SEC, órgão
que regulamenta as bolsas norte-americanas), o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos
EUA) e a Comissão de Negociação de Contratos Futuros de
Commodities dos EUA.
As pressões para regulamentar o setor de fundos de hedge
se intensificaram desde o colapso, em setembro, da Amaranth Advisors LLC, empresa
de Greenwich, Connecticut,
que perdeu US$ 6,6 bilhões - a
maior quantia já perdida por
um fundo de hedge - devido a
apostas em contratos de gás natural.
O presidente da Comissão de
Finanças do Senado, Charles
Grassley, disse a Paulson este
mês que os fundos de hedge representam um risco demasiado
alto para os fundos de pensão
dos EUA e pediu que ele encontrasse maneiras de aumentar a
transparência do setor.
Algumas autoridades reguladoras expressaram cautela em
relação à imposição de regras
para os fundos, compostos por
pools de capital privado que
permitem a seus administradores abocanhar uma fatia substancial dos ganhos sobre os investimentos feitos em nome de
seus clientes. Elas disseram
que esses fundos, destinados a
investidores ricos e sofisticados, fornecem a liquidez necessária aos mercados.
"Nós precisamos ficar atentos e nos certificar de que estamos considerando todos os vários riscos e que temos muita
cautela com relação a esse setor
(de fundos)", disse Paulson.
"Esse é um setor que acrescentou muito para os mercados de
capital e que representou uma
força positiva."
O colapso
No ano passado, a Amaranth
chegou a computar ganho de
cerca de US$ 1 bilhão devido à
alta dos preços de energia. Mas
o mercado de commodities virou, entrando em um período
de baixa.
Em setembro, a venda de ativos de energia com forte desconto, como forma de tentar
evitar o encerramento das atividades do fundo, trouxe novos
prejuízos à aplicação, estimados em aproximadamente US$
1,5 bilhão.
Os "hedge funds" são aplicações mais agressivas e especulativas. O patrimônio do Amaranth era estimado em mais de
US$ 9,2 bilhões e era um dos
maiores "hedge funds" americanos.
Entre seus investidores estavam algumas das principais
instituições financeiras do
mundo, como fundos pertencentes ao Morgan Stanley, ao
Credit Suisse e ao Goldman
Sachs, entre outros.
O Amaranth não é a primeira
vítima da crise das commodities. Em agosto, o fundo MotherRock LP, com uma carteira
de cerca de US$ 400 milhões,
teve de ser fechado.
Antes conhecidos pela escassez de informações públicas e
alavancagem elevada, alguns
fundos começam a ser avaliados por agências de "rating" e a
procurar investimentos que,
embora mais modestos, tenham rendimento consistente.
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