|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Criação de fundo para habitação causa mal-estar
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A criação de um fundo com
recursos do FGTS para financiar habitação para famílias
com renda de até cinco salários
mínimos (R$ 1.750) criou um
mal-estar dentro do governo.
A avaliação de interlocutores
do presidente Lula é que o ministro Guido Mantega (Fazenda) se precipitou ao anunciar,
na semana passada, a proposta
de instituir o fundo com R$ 15
bilhões para esse segmento.
Segundo a Folha apurou, o
ministro do Trabalho Luiz Marinho ficou irritado com Mantega porque o anúncio inicial
não representava a idéia que
havia sido discutida e tinha
maior consenso no governo.
Fontes envolvidas nas negociações informaram à Folha
que, para chegar aos R$ 15 bilhões, Mantega estava contando com a antecipação do valor
que seria arrecadado com a
prorrogação da multa extra nos
próximos dez anos. Para isso, o
FGTS teria que adiantar para o
novo fundo dez anos dessa contribuição, cerca de R$ 1,4 bilhão por ano. Nesse caso, seria
necessário usar parte dos R$ 21
bilhões de patrimônio líquido
do FGTS ou parte das receitas
com aplicações em títulos públicos federais.
Em vigor desde 2002, a multa adicional de 10% foi criada
para pagar perdas com correção monetária em função dos
planos econômicos Verão e
Collor 1 e deveria terminar neste ano. Mas a lei que a criou não
determinou prazo para o fim e
o governo quer prorrogá-la.
(SHEILA D'AMORIM)
Texto Anterior: Governo não pode antecipar dados do PIB Próximo Texto: Fundos de infra-estrutura terão isenção do IR, afirma ministro Índice
|