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Melhora de nota do Brasil depende de reforma fiscal, afirma Moody's
Apesar de avanços, país ainda está longe do grau de investimento, diz agência
DA REPORTAGEM LOCAL
Os indicadores de vulnerabilidade externa brasileiros avançaram muito nos últimos anos,
mas o país ainda está longe do
perfil das economias cuja dívida pública é considerada investimento relativamente seguro
para os investidores, avalia a
Moody's, agência de classificação de risco dos EUA, que avalia
que a penas uma reforma fiscal
aproximaria o Brasil de uma
melhora rápida de "rating".
Mauro Leos, da Moody's, que
realizou seminário ontem em
São Paulo, admite que indicadores importantes da economia brasileira melhoraram
muito nos últimos anos. A relação entre a dívida externa e o
volume de exportações, por
exemplo, caiu de 303% para
98% entre 2002 e 2005. Mas,
mesmo com a melhora, o Brasil
chegou onde estão hoje países
como Colômbia, Peru e Costa
Rica. Em alguns casos, os três
países têm indicadores até melhores que os do Brasil, disse.
O Brasil, para Leos, perde
feio quando são comparados os
dados fiscais do país com os dos
demais países que têm nota similar à nota atribuída aos papéis brasileiros. Em média, a
relação entre a dívida pública e
o tamanho da economia desses
países é de 44%, enquanto no
Brasil é de 73%.
É justamente o nó fiscal que
empaca uma melhora na avaliação da economia brasileira.
"Todos sabem o que precisa ser
feito", disse Leos, insistindo na
necessidade de uma reforma
fiscal que gere economia de recursos públicos e redução mais
acentuada da relação dívida/tamanho da economia.
A melhora da nota brasileira,
disse o economista da Moody's,
depende, por enquanto, da resolução do problema fiscal. "Os
fatores-chave são dois. De um
lado, o fiscal, de outro, a conexão política [para propor e
aprovar as reformas]".
Ele não arrisca fazer previsões sobre a capacidade de o governo aprovar reformas que,
por um lado, melhorem os indicadores fiscais e, por outro,
permitam à economia brasileira crescer mais rápido, mas disse que "as probabilidades [de
fazê-lo] são maiores agora, no
começo do governo".
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