São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 2006

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Melhora de nota do Brasil depende de reforma fiscal, afirma Moody's

Apesar de avanços, país ainda está longe do grau de investimento, diz agência

DA REPORTAGEM LOCAL

Os indicadores de vulnerabilidade externa brasileiros avançaram muito nos últimos anos, mas o país ainda está longe do perfil das economias cuja dívida pública é considerada investimento relativamente seguro para os investidores, avalia a Moody's, agência de classificação de risco dos EUA, que avalia que a penas uma reforma fiscal aproximaria o Brasil de uma melhora rápida de "rating".
Mauro Leos, da Moody's, que realizou seminário ontem em São Paulo, admite que indicadores importantes da economia brasileira melhoraram muito nos últimos anos. A relação entre a dívida externa e o volume de exportações, por exemplo, caiu de 303% para 98% entre 2002 e 2005. Mas, mesmo com a melhora, o Brasil chegou onde estão hoje países como Colômbia, Peru e Costa Rica. Em alguns casos, os três países têm indicadores até melhores que os do Brasil, disse.
O Brasil, para Leos, perde feio quando são comparados os dados fiscais do país com os dos demais países que têm nota similar à nota atribuída aos papéis brasileiros. Em média, a relação entre a dívida pública e o tamanho da economia desses países é de 44%, enquanto no Brasil é de 73%.
É justamente o nó fiscal que empaca uma melhora na avaliação da economia brasileira. "Todos sabem o que precisa ser feito", disse Leos, insistindo na necessidade de uma reforma fiscal que gere economia de recursos públicos e redução mais acentuada da relação dívida/tamanho da economia.
A melhora da nota brasileira, disse o economista da Moody's, depende, por enquanto, da resolução do problema fiscal. "Os fatores-chave são dois. De um lado, o fiscal, de outro, a conexão política [para propor e aprovar as reformas]".
Ele não arrisca fazer previsões sobre a capacidade de o governo aprovar reformas que, por um lado, melhorem os indicadores fiscais e, por outro, permitam à economia brasileira crescer mais rápido, mas disse que "as probabilidades [de fazê-lo] são maiores agora, no começo do governo".


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