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Costa ameniza críticas à Telefônica sobre TV
Ministro, que havia ameaçado suspender transmissões, afirma "não ter intenção de prejudicar ninguém"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Hélio Costa (Comunicações) recuou no tom
das críticas à entrada da Telefônica no mercado de TV por assinatura. "Não temos intenção
de prejudicar ninguém, não vamos atrapalhar o negócio de
ninguém. Não vamos atrapalhar certamente aqueles que
estão já estão iniciando operações com os novos produtos",
disse o ministro. A mudança de
tom aconteceu após reunião na
Casa Civil, terça-feira.
Na semana passada, o ministro havia dito que, caso a Telefônica insistisse em levar
adiante o plano de TV por assinatura via satélite (sistema
DTH, Direct to Home), em parceira com a empresa DTHi Interactive, poderia ser forçada
até a suspender as transmissões. A Telefônica lançou o serviço na quinta da semana passada, em Ribeirão Preto (SP).
A concessionária de telefonia
fixa de São Paulo aguarda ainda
decisão da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações)
para obter sua própria autorização para prestar serviço de
televisão por assinatura via satélite. No serviço lançado na semana passada, quem tem autorização é a parceira da Telefônica, a DTHi Interactive.
A participação das teles no
mercado de TV por assinatura
contraria o interesse de empresas de radiodifusão. O ministro,
que foi repórter da Globo e sócio de emissora de rádio em Minas Gerais, tem assumido publicamente, desde que assumiu
o ministério, defesa aberta dos
interesses dos radiodifusores.
Costa havia dito que o Ministério das Comunicações publicaria uma portaria no "Diário
Oficial" da União criando um
grupo de trabalho para tratar
da questão da regulamentação
da TV por assinatura via satélite. Enquanto o grupo estivesse
trabalhando, não seriam emitidas novas autorizações. Ontem,
a informação era que seria publicado um decreto presidencial na semana que vem, instituindo o grupo de trabalho.
O ministro, no entanto, já
manifestou sua posição a respeito da regulamentação do
serviço: não quer grupos estrangeiros no comando das empresas de TV por assinatura.
Hoje, a regulamentação não
prevê esse tipo de restrição para satélite (DTH) e microondas
(MMDS), apenas para cabo. Daí
porque a Telefônica, empresa
de capital espanhol, pediu autorização para DTH na Anatel.
Na avaliação de Costa, hoje
há falta de regulamentação, que
deveria ter sido feita na Lei Geral de Comunicação de Massa
(que nem foi enviada ao Congresso). "Ficou na dependência
[da lei], enquanto ela não existe, nós vamos ter que fazer alguma coisa, respeitando os direitos dos empresários, respeitando os direitos dos concessionários, mas também respeitando a posição do governo",
disse. "Especialmente do Ministério das Comunicações,
que tem a responsabilidade pela política de comunicação."
Ainda de acordo com Costa, o
governo irá analisar tanto a situação da Telefônica quanto a
da Net (ambas têm capital estrangeiro e oferecem serviços
de telefonia e TV por assinatura). "Tanto a questão da Net
quanto a da Telefônica têm que
ser analisadas à luz dessa situação criada com a falta de uma
legislação."
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