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COMÉRCIO
Lojistas afirmam que resultado é decepcionante
Vendas de Natal nos EUA crescem 3,5% e ficam abaixo do esperado
CÍNTIA CARDOSO
DE NOVA YORK
O Natal dos grandes varejistas
norte-americanos não foi tão feliz
quanto o esperado. Pelo menos é
o que indicam as primeiras estimativas sobre o movimento do
comércio na semana passada.
O Wal-Mart, gigante do setor
varejista, anunciou na última sexta-feira que as vendas cresceram
3% em comparação com o mesmo período do ano passado. A
projeção está bem abaixo dos 5%
esperados inicialmente. "Vimos
alguma melhora nos últimos dias,
mas não será o suficiente para
atingir a nossa meta inicial", diz
nota divulgada pela empresa.
O resultado frustrou economistas, pois o desempenho do varejo
em dezembro de 2002 foi um dos
piores dos últimos 30 anos.
Kurt Barnard, presidente da
consultoria Retail Forecasting, diz
que as vendas do varejo devem
crescer 3,5% em dezembro ante o
ano passado. Para ele, o resultado
é "decepcionante em termos históricos" e decorre da retração do
mercado de trabalho.
"O gastos no varejo estão atrelado ao emprego. Quando os empregos são escassos e as pessoas
têm medo do desemprego, elas
apertam os cintos", disse.
Segundo a cadeia de lojas Wal-Mart, uma explicação possível para o movimento aquém do previsto é uma mudança nos hábitos de
consumo dos americanos. Uma
delas é que as pessoas adiaram as
compras de Natal à espera das tradicionais grandes liquidações
pós-natalinas, especula-se. A outra mudança é o uso de vale-presentes. Neste ano, eles devem ser
responsáveis por 10% das vendas
de Natal. As lojas só incluem essas
movimentações nos seus balanços quando os clientes vão às lojas
trocar os vales por presentes.
O certo ar de desânimo de alguns lojistas não é partilhado por
Mike Niemira, economista-chefe
do Conselho Internacional de
Shopping Centers. Niemira afirma que, apesar de não exibir dados robustos, esse ainda deve ser
o melhor Natal desde 1999. Ele estima que deve haver um crescimento de 4% neste dezembro em
relação ao mesmo mês do ano
passado. A mesma taxa de crescimento deve se repetir no primeiro
trimestre de 2004.
O setor de comércio on-line
também está em expansão. De
acordo com relatório do ComScore Networks, especializado em
pesquisas de comércio eletrônico,
as vendas na semana terminada
no dia 26 de dezembro cresceram
43% em comparação com o mesmo período de 2002. Com isso, o
segmento movimentou US$ 950
milhões no período.
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