São Paulo, sábado, 30 de dezembro de 2006

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Governo opta por elevar as contribuições

DA REPORTAGEM LOCAL

As contribuições sociais foram as maiores responsáveis pelos sucessivos recordes de carga fiscal durante o primeiro mandato do presidente Lula.
Mantendo a tendência que já havia começado na gestão de Fernando Henrique Cardoso, o governo Lula privilegiou aumentar as contribuições sociais -como o PIS, a Cofins e a CSLL-, uma vez que estas, ao contrário dos impostos, não precisam ser repartidas com Estados e municípios (exceção feita a 29% da receita da Cide, que é repassada aos Estados e ao Distrito Federal).
A pedido da Folha, o presidente do IBPT, Gilberto Luiz do Amaral, fez um levantamento dos principais aumentos de tributos ocorridos a partir de 2003, ou seja, após Lula assumir o governo (ver quadro).
Os aumentos do PIS e da Cofins foram os principais nos últimos anos. O PIS foi o primeiro a subir, passando de 0,65% para 1,65% sobre a receita das empresas desde janeiro de 2003 (esse aumento, embora começasse a vigorar na gestão Lula, foi adotado por FHC).
Em fevereiro de 2004, a Cofins para as empresas em geral passou de 3% para 7,6%; para os bancos, já havia aumentado de 3% para 4% em setembro de 2003.
Essas duas contribuições também passaram a ser cobradas sobre as importações a partir de maio de 2004.
Em setembro de 2003, a base de cálculo da CSLL das empresas prestadoras de serviços tributadas pelo lucro presumido foi elevada de 12% para 32%.

CPMF
Outra decisão adotada pelo governo Lula para elevar a receita tributária foi com a CPMF: desde novembro de 2004, toda liquidação de operação de crédito tem de passar pela conta corrente dos contribuintes.
E mais: a vigência da contribuição foi estendida de 2004 para 2007, além de a alíquota ser mantida em 0,38% (deveria ser reduzida para 0,08%).
Embora tenha corrigido a tabela do IR em 10% em 2005 e em 8% neste ano, aliviando um pouco a taxação sobre as pessoas físicas, o governo Lula adotou uma medida para "compensar" a bondade: tornou permanente a alíquota de 27,5%, que deveria ser reduzida para 25% a partir de 2004. (MC)


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