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Indústria prevê 4º trimestre mais aquecido
Avaliação positiva das empresas sobre a conjuntura hoje é 13% melhor que a de dezembro de 2005, revela sondagem da FGV
Indústria tem expectativas mais otimistas para os próximos seis meses do
que para o curto prazo,
segundo apurou pesquisa
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
As expectativas da indústria
para os próximos seis meses
são mais otimistas do que para
o curto prazo, ou seja, os próximos três meses, revela a última
sondagem conjuntural da indústria de transformação, que
foi divulgada ontem pela FGV
(Fundação Getulio Vargas).
Segundo o economista Aloisio Campelo Jr., coordenador
do núcleo de Pesquisas e Análises Econômicas da FGV, a interpretação a partir dos dados
da sondagem, realizada desde
outubro de 1966, é que o quarto
trimestre deste ano será melhor para a indústria do que o
terceiro e pode superar até os
primeiros três meses de 2007.
O índice de situação atual
mostra que a avaliação positiva
das empresas sobre a conjuntura é 13% melhor que a de dezembro de 2005. Além disso, o
nível de estoques está mais
equilibrado e a utilização da capacidade instalada melhorou.
Principalmente a indústria
de bens de capital, que investiu
pouco o ano inteiro, melhorou.
"Quando olhamos para a avaliação das empresas da situação
atual, vemos que está bem acima da do ano passado", afirma.
Já quando se pensa nas expectativas a curto prazo, para o
início do ano que vem, os resultados não são tão animadores.
Isso ocorre, explica Campelo
Jr., por causa do fator sazonal:
tradicionalmente o primeiro
trimestre do ano é mais fraco.
Quando se fala mais no longo
prazo, entretanto, as expectativas aumentam. "É natural, com
a queda da taxa de juros básica
e as expectativas de aumento
de investimentos em infra-estrutura", diz o economista.
"Além disso, quando se fala de
um futuro mais distante, é natural que haja um otimismo
maior", completa.
O índice de expectativas para
os próximos três meses é 5,7%
maior do que o de dezembro de
2005, uma melhora, mas moderada. Já em um prazo mais
longo, seis meses, o cenário é
mais otimista: 50% das empresas esperam que a situação de
seus negócios esteja melhor
nesse prazo, e a avaliação que a
situação dos negócios estará
melhor no final deste prazo
cresceu 8,3% ante dezembro do
ano passado.
Estoques
Campelo Jr. destaca a situação dos estoques, que em dezembro apareceu como a mais
regularizada em muitos meses.
Apenas 7% da indústria considera que seus estoques são excessivos, percentual que chegou a 15% ao longo do ano. Na
outra ponta, somente 1% das
empresas consideram seus estoques insuficientes.
A utilização da capacidade
instalada também cresceu. No
caso da indústria de bens de capital, que patinou ao longo do
ano, o percentual chegou a
84,8% em dezembro, ante 84%
em novembro. No último mês
do ano passado era de 79,6%.
Já a utilização da indústria de
bens de consumo, que foi negativamente afetada pela alta das
importações, foi menor que a
do ano passado: de 80,9%, ante
83,8% em dezembro de 2005.
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