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Para técnicos, parte do dinheiro ilegal volta por meio de fundos
Receita vê barreira para cobrar taxa
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os técnicos da Receita dizem
que é difícil prever o ganho de arrecadação com a adoção de uma
taxa para facilitar a entrada de divisas que saíram ilegalmente do
país. Segundo eles, grande parte
dos recursos que saíram irregularmente volta por meio de fundos formados em paraísos fiscais.
Ou seja, a identificação da origem dos recursos é dificultada
por causa dos fundos. Nesse caso,
a Receita não tem como cobrar
impostos antigos porque não tem
como provar que o dinheiro fez
um "passeio" até voltar ao país.
Mas os próprios técnicos afirmam que houve alguma dificuldade para a formação desses fundos após os atentados nos EUA de
setembro de 2001. Isso porque o
governo americano não quer que
esses fundos sejam utilizados por
redes de terroristas.
As remessas legais de dinheiro
para o exterior são monitoradas
pelo Banco Central. Quando essas
remessas não são compatíveis
com as fichas cadastrais das pessoas ou empresas, o BC avisa a
Receita Federal. Se a pessoa mora
no Brasil, pode ser aberto um processo fiscal contra ela.
Mas há a possibilidade de esse
envio ser feito por clientes de bancos que se declaram não-residentes no país. Nesse caso, a Receita
tenta descobrir se as contas utilizadas são realmente de não-residentes ou de "laranjas" (pessoas
que se passam por outras ou cujo
nome é utilizada por outra).
Segundo os técnicos, a facilitação da entrada de divisas no país
pode encobrir não só crimes contra a ordem tributária, como é o
caso de sonegação fiscal, mas
também de recursos obtidos, por
exemplo, por meio de atividades
ligadas ao narcotráfico.
Na entrada do dinheiro no país,
também há um controle do BC
sobre o destino dos recursos. Ou
seja, quem tem as divisas deve informar como os recursos serão
aplicados no país.
Além da arrecadação com a taxa, o país poderia ser beneficiado
com uma melhora no balanço de
pagamentos (diferença entre os
dólares que entram e os que
saem).
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