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Alta dos alimentos diminui no atacado
IGP-M da FGV fecha janeiro com um aumento de 1,09%, ante alta de 1,76% registrada em dezembro
VERENA FORNETTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços
-Mercado), da Fundação Getulio Vargas, mostra que os preços dos alimentos começaram a
se desacelerar no atacado, mas
que essa melhora ainda não
chegou ao consumidor.
O IGP-M mede a variação
dos preços no atacado, no varejo e também leva em conta os
reajustes nos custos da construção. O índice de janeiro teve
alta de 1,09%, contra aumento
de 1,76% em dezembro.
A desaceleração dos preços
no atacado foi o principal responsável pela diminuição da
inflação do IGP-M. No varejo,
mesmo com altas expressivas
como a de 30% do feijão carioquinha, o coordenador do índice, Salomão Quadros, diz esperar um cenário mais tranqüilo
já neste trimestre, quando a
pressão de alguns itens cederá.
Quadros cita o exemplo do
feijão, que havia subido 44% no
atacado em dezembro, mas que
neste mês teve queda de 4,28%.
Com o crescimento da oferta e
a persistência da desaceleração, os preços tendem a melhorar também para o consumidor
em alguns meses.
Além disso, a pressão de itens
sazonais, como o aumento de
preço das mensalidades escolares e dos materiais didáticos,
comuns no período de volta às
aulas, deve ser menor em fevereiro, assim como o reflexo da
instabilidade climática no preço de alimentos "in natura" -o
tomate, por exemplo, subiu
42% no atacado em janeiro.
Quadros afirma que, desde
setembro de 2007, o aumento
mais intenso de preços sinalizou um novo patamar de inflação. Porém, acreditava-se que a
alta persistiria por menos tempo do que se viu.
"O repique de preços que tivemos em dezembro começa a
se desfazer, mas ele ainda não
perdeu a força", afirma o coordenador do índice.
Alexandre Horstmann, economista da consultoria Meta
Asset, afirma que, apesar da desaceleração de preços prevista
para os próximos meses, a inflação acumulada em 12 meses
deve continuar alta no início
deste ano.
Embora com inflação acumulada mais alta, Horstmann
diz que não há indícios de que o
aumento de preços seja causado por uma demanda maior
que a oferta.
"Acreditamos que os investimentos que têm sido feitos e
que estão sendo feitos vão aumentar a oferta. Em relação à
inflação, a situação é menos
confortável que no ano passado, mas a aposta é que a inflação ainda fique dentro da meta
neste ano", diz.
Impacto no aluguel
Os índices de preço monitorados pelo FGV para medir o
IGP-M influenciam a inflação
futura. Preços administrados e
tarifas públicas são corrigidos
de acordo com o índice.
O coordenador do IGP-M
afirma que, dificilmente, o índice acumulado será menor que
8% nos próximos meses e que,
portanto, os reajustes de aluguéis neste ano e no ano que
vem devem superar os aumentos do ano passado, quando os
IGPs (índices de preço ao consumidor) subiram pouco mais
de 3%. Neste mês, o índice acumulado em 12 meses foi 8,38%.
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