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Reforma global não sai dos impasses
do enviado especial
Desde que cunhada pelo presidente Clinton, "reforma da arquitetura do sistema financeiro internacional" virou lugar-comum em
todos os discursos de autoridades,
do Primeiro ou do último mundo.
Mas, como a iniciativa cabe aos
países desenvolvidos, pelo seu peso econômico, o fato é que, até agora, não se deu um único passo nessa direção, 18 meses depois da quebra da Tailândia, que reacendeu a
crise financeira global, cujas primeiras labaredas lamberam o México em 94.
Ao contrário: o encontro anual-99 do Fórum Econômico Mundial
acabou sendo o cenário para a exposição de divergências enormes
nas posições dos grandes atores
globais.
No caso da instabilidade na cotação cambial, por exemplo, Japão e
França insistem na adoção de um
sistema de bandas entre as três
principais moedas do planeta. Ontem, o secretário do Tesouro dos
EUA, Robert Rubin, rejeitou de
novo a tese.
Gordon Brown, ministro britânico do Tesouro, por sua vez, propôs
a criação de novo comitê permanente de organismos reguladores,
"para conduzir uma regular e sistemática vigilância do sistema financeiro mundial e funcionar, na
prática, como aviso prévio" (de
problemas pela frente).
Rubin também é contra. Acha
que não surgiu ainda uma proposta realmente exeqüível de mecanismo de aviso prévio de crises.
Pior: diz que, se um país receber
notificação de que pode ter problemas, o mercado tomará a advertência como o cartão amarelo no
futebol. Ou seja, como sinal de que
o cartão vermelho pode vir em seguida. Com isso, retirará capital
desse país, tornando inevitável a
crise que se pretende evitar.
Outro ponto de divergência é em
torno do controle de capitais, admitido por Japão e Canadá (e, mais
discretamente, pela França), mas
igualmente vetado pelos Estados
Unidos.
(CR)
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