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PARA COMPARAR
País mantém estrangeiros longe de potências industriais, cujos balanços melhoraram 50% em 4 meses
Conglomerados coreanos se fortalecem
do enviado especial
A mesma mistura de confucionismo com protecionismo que colocou a Coréia do Sul no centro da
crise financeira mundial, em dezembro de 1997, parece estar fazendo o país sair dela.
Apesar de ter vendido dois bancos e uma seguradora para investidores internacionais, o país não
entrega aos estrangeiros seu
maior patrimônio: o parque industrial construído nas três últimas décadas e que transformou o
país em potência econômica.
Os cinco maiores conglomerados continuam nas mãos das mesmas famílias e, apesar de algumas
concessões feitas ao presidente reformista Kim Dae Jung, estão cada
vez mais fortes.
Com a recuperação da Bolsa de
Seul e do won e de um aumento no
preço de alguns produtos eletrônicos no mercado internacional, os
balanços dos conglomerados melhoraram 50% em quatro meses.
A proporção de dívidas de curto
prazo sobre o total de dívidas externas da economia sul-coreana
caiu de um patamar de 80% para
20% em 1998.
"Os conglomerados ainda têm
vários problemas, mas existe uma
grande possibilidade de eles saírem da crise mais fortes do que
quando entraram", disse uma análise da Goldman Sachs.
Um exemplo da mentalidade que
está guiando a recuperação econômica da Coréia do Sul foi o resultado "caseiro" e polêmico do terceiro leilão realizado para a aquisição
das montadoras falidas Kia e Asia.
A Hyundai Motor, maior fabricante de automóveis da Coréia do
Sul e uma unidade do grupo Hyundai, maior conglomerado do país,
ganhou a disputa mesmo com dívidas três vezes maiores que seu
capital. A Ford protestou.
A forma de recuperação da economia sul-coreana também pode
ser retratada pelo desempenho de
companhias como a Posco (Pohang Iron & Steel Corporation),
segunda siderúrgica do mundo.
Em 1998, ano em que as siderúrgicas japonesas -seus mais fortes
concorrentes- anunciaram as
piores vendas da história, a Posco
registrou seu melhor resultado
desde que foi criada, em 1968.
Com um lucro líquido de US$
944 milhões, a companhia soube
aliar os baixos preços de minério
(sua matéria-prima) no mercado
internacional com a flutuação do
dólar e do iene.
Agora, a Posco é acusada de concorrência desleal por pelo menos
três países (Taiwan, China e EUA).
"Nós agimos com correção", disse
à Folha o diretor-gerente da companhia, Byung-Chang Yoo.
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