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México se recupera e cresce 5%
da Reportagem Local
A crise mexicana é a primeira referência nesta década quando se
fala em crise cambial.
Foi em dezembro de 1994 que o
México foi obrigado a deixar o peso flutuar, depois de uma malograda tentativa de aumentar o teto da
banda.
Somada à relativa instabilidade
política gerada pela mudança de
governo -o presidente Ernesto
Zedillo assumira apenas três semanas antes-, a queda da moeda
mexicana gerou um pânico que assustou investidores e arrasou com
as reservas.
No entanto, a recuperação veio
muito mais rápida que o esperado.
O México nem chegou a usar a totalidade da ajuda do FMI (Fundo
Monetário Internacional).
O crescimento vem se mantendo
desde então e beirou os 5% no ano
passado.
Durante todo o ano de 1995, o
"efeito tequila" afetou as economias de vários países, especialmente na América Latina. Os juros
mexicanos chegaram a bater em
50% ao ano.
No caso mexicano, a desvalorização da moeda nacional, o peso,
abriu margem para um aumento
das exportações, que vinham sendo prejudicadas pela sobrevalorização da moeda, gerando um déficit comercial.
Em meio à recessão que fez o PIB
(Produto Interno Bruto) contrair-se mais de 6% em 1995, os exportadores mexicanos fizeram a festa,
exportando um volume 30% superior ao do ano anterior.
Essa foi uma das chaves da recuperação do país. Com as exportações mais baratas -e a mão-de-obra também, já que os salários
caíram 25% em termos reais-, o
México passou a ser um parceiro
preferencial dos vizinhos Estados
Unidos.
Muitas grandes indústrias norte-americanas criaram unidades no
México, e 84% das exportações
mexicanas vão para os Estados
Unidos.
Outra medida, o ajuste fiscal,
permitiu que os juros baixassem e
ajudou a estabilizar a economia.
Hoje, a moeda mexicana flutua
livremente. Depois de uma recuperação inicial, começou uma desvalorização que não saiu de controle, embora a cotação hoje oscile
em torno de 10 por dólar, contra 6 a
8 por dólar em 95.
²
Na Rússia
Ao contrário do México, a Rússia
parece cada vez mais afundada na
crise iniciada depois da desvalorização cambial de 17 de agosto do
ano passado, que saiu de controle
dias depois.
Com a moratória da dívida, o
país deixou de receber recursos externos, até mesmo a maior parte
do pacote de ajuda do FMI. A economia frágil construída após a
queda do comunismo entrou em
colapso.
A desvalorização transformou
em pó a poupança de milhares de
pessoas, especialmente aposentados que viviam de seus rendimentos. O número de pessoas abaixo
da linha de pobreza (que ganham
menos de US$ 35, segundo critérios do país) equivale a 30% da população.
Além disso, a situação política
adversa gerada pelos problemas de
saúde do presidente Boris Ieltsin
impede que sejam aprovadas reformas no Congresso local.
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