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CERVEJAS
AmBev se torna a quarta maior empresa brasileira em receita, à frente da Companhia Siderúrgica Nacional
Fusão cria 3ª maior cervejaria do mundo
ADRIANA MATTOS
da Reportagem Local
A união de Brahma e Antarctica, que resultou na AmBev, cria a
terceira maior cervejaria do mundo e a maior da América Latina,
em produção. Segundo a direção
da empresa, o grupo passa a ocupar a quinta colocação entre as indústrias de bebidas do globo.
Ambev surge como a quarta
maior empresa privada do país
com capital aberto, ou seja, com
ações negociadas na Bolsa. A colocação leva em conta a receita líquida que as companhias nacionais tiveram em 1999.
De acordo com levantamento
feito pelo BBA/Icatu Consultoria,
a Ambev, com vendas de R$ 4,6
bilhões em 1999, perde a liderança
para a Telemar, ou Tele Norte
Leste Participações (R$ 6,2 bilhões), Petróleo Ipiranga (R$ 5,6
bilhões) e Pão de Açúcar (R$ 5,5
bilhões).
No Brasil, com a fusão, a empresa passa à frente da Companhia
Siderúrgica Nacional (CSN), em
relação ao faturamento. A CSN, a
maior siderúrgica do país, teve receita de R$ 4,3 bilhões no período,
inferior ao valor da Ambev.
Nesse cálculo feito pelo Icatu,
não foi levado em conta a posição
dos bancos. Isso porque as instituições financeiras têm a chamada receita de intermediação financeira (empréstimos obtidos
para repasse à pessoas físicas e jurídicas), que as empresas privadas
não têm. Isso acabaria distorcendo os cálculos.
Mesmo com receita acima dos
R$ 4 bilhões, a Ambev já nasce no
vermelho e com despesas acima
de R$ 100 milhões.
Segundo balanço apresentado
ontem à Bolsa de Valores de São
Paulo, a companhia teve prejuízo
de R$ 310,7 milhões no ano passado. A despesa financeira (que inclui juros pagos com as dívidas
contraídas) ficou em R$ 126 milhões no quatro trimestre de 99.
Dados da consultoria Impact
International, com base nos resultados de 1998, mostram uma reviravolta no ranking das empresas
de cerveja. Há dois anos, Brahma
e Antarctica fabricaram, juntas,
6,2 bilhões de litros de cerveja.
Nesse patamar de produção, as
duas companhias ficam atrás de
duas multinacionais: a norte-americana Anheuser-Busch, dona da marca Budweiser -com
12,1 bilhões de litros- e a holandesa Heineken (7,3 bilhões de litros).
No primeiro balanço anual da
Ambev, divulgado ontem, a produção em 99 caiu para 6 bilhões
de litros, o que não muda sua posição no ranking geral do segmento no mundo. Isto porque a
quarta colocada, a norte-americana Miller, registrou produção inferior a 5,5 bilhões de litros no período.
A dívida da empresa, já descontado seu caixa, ficou em torno de
R$ 1,8 bilhão em 1999.
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