São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 2000


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CERVEJAS
AmBev se torna a quarta maior empresa brasileira em receita, à frente da Companhia Siderúrgica Nacional
Fusão cria 3ª maior cervejaria do mundo

ADRIANA MATTOS
da Reportagem Local

A união de Brahma e Antarctica, que resultou na AmBev, cria a terceira maior cervejaria do mundo e a maior da América Latina, em produção. Segundo a direção da empresa, o grupo passa a ocupar a quinta colocação entre as indústrias de bebidas do globo.
Ambev surge como a quarta maior empresa privada do país com capital aberto, ou seja, com ações negociadas na Bolsa. A colocação leva em conta a receita líquida que as companhias nacionais tiveram em 1999.
De acordo com levantamento feito pelo BBA/Icatu Consultoria, a Ambev, com vendas de R$ 4,6 bilhões em 1999, perde a liderança para a Telemar, ou Tele Norte Leste Participações (R$ 6,2 bilhões), Petróleo Ipiranga (R$ 5,6 bilhões) e Pão de Açúcar (R$ 5,5 bilhões).
No Brasil, com a fusão, a empresa passa à frente da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em relação ao faturamento. A CSN, a maior siderúrgica do país, teve receita de R$ 4,3 bilhões no período, inferior ao valor da Ambev.
Nesse cálculo feito pelo Icatu, não foi levado em conta a posição dos bancos. Isso porque as instituições financeiras têm a chamada receita de intermediação financeira (empréstimos obtidos para repasse à pessoas físicas e jurídicas), que as empresas privadas não têm. Isso acabaria distorcendo os cálculos.
Mesmo com receita acima dos R$ 4 bilhões, a Ambev já nasce no vermelho e com despesas acima de R$ 100 milhões.
Segundo balanço apresentado ontem à Bolsa de Valores de São Paulo, a companhia teve prejuízo de R$ 310,7 milhões no ano passado. A despesa financeira (que inclui juros pagos com as dívidas contraídas) ficou em R$ 126 milhões no quatro trimestre de 99.
Dados da consultoria Impact International, com base nos resultados de 1998, mostram uma reviravolta no ranking das empresas de cerveja. Há dois anos, Brahma e Antarctica fabricaram, juntas, 6,2 bilhões de litros de cerveja.
Nesse patamar de produção, as duas companhias ficam atrás de duas multinacionais: a norte-americana Anheuser-Busch, dona da marca Budweiser -com 12,1 bilhões de litros- e a holandesa Heineken (7,3 bilhões de litros).
No primeiro balanço anual da Ambev, divulgado ontem, a produção em 99 caiu para 6 bilhões de litros, o que não muda sua posição no ranking geral do segmento no mundo. Isto porque a quarta colocada, a norte-americana Miller, registrou produção inferior a 5,5 bilhões de litros no período.
A dívida da empresa, já descontado seu caixa, ficou em torno de R$ 1,8 bilhão em 1999.



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