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Kaiser vai contestar Cade na Justiça
OTÁVIO CABRAL
da Sucursal de Brasília
A Kaiser vai recorrer à Justiça
para contestar a decisão do Cade de aprovar a fusão das cervejarias Brahma e Antarctica,
criando a AmBev.
O presidente da Kaiser,
Humberto Pandolpho, afirmou que o ponto a ser atacado
judicialmente é a proibição a
cervejarias que tenham mais de
5% do mercado de comprar a
marca Bavaria.
A venda da Bavaria e de cinco
fábricas da Brahma e da Antarctica, uma em cada região
do país, foram as restrições impostas pelo Cade para a aprovação da fusão.
"O recurso à Justiça é o único
caminho que o Cade nos deixou. Vamos analisar todas as
peças do caso no fim-de-semana para decidir que tipo de
ação vamos impetrar", declarou Pandolpho na manhã de
ontem, em Brasília.
A cervejaria paulista, principal opositora da fusão, pode
ainda contestar a validade do
julgamento, porque o presidente do Cade, Gesner de Oliveira, não acatou uma liminar e
manteve o julgamento.
A liminar foi entregue ao Cade às 19h05, mas Oliveira decidiu manter a sessão por sugestão do procurador-geral do Cade, Amauri Serralvo. É que a liminar, concedida em São José
dos Campos (SP), já havia sido
cassada pelo Tribunal Regional
de São Paulo às 18h39. O juiz
que concedeu a liminar foi informado da decisão às 19h52.
O presidente da Kaiser foi
contraditório quanto ao interesse de sua empresa em comprar a Bavaria e as cinco fábricas. Num primeiro momento,
afirmou que a marca e a fábrica
são deficitárias e ultrapassadas.
Pouco depois, Pandolpho
disse que a compra seria importante para fortalecer a Kaiser no mercado. Por fim, concluiu que só pode decidir após
analisar a situação financeira
da marca e das fábricas.
Pandolpho e seus assessores
insistem na tese de que o Cade
não impôs nenhuma restrição
à AmBev na fusão. Segundo
ele, a Bavaria é uma marca que
vem perdendo penetração no
mercado nacional e seria de interesse da AmBev vendê-la. A
Bavaria chegou a ter 8% do
mercado, mas fechou o ano
passado com 5,5%.
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