São Paulo, sexta-feira, 31 de março de 2000


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Kaiser vai contestar Cade na Justiça

OTÁVIO CABRAL
da Sucursal de Brasília

A Kaiser vai recorrer à Justiça para contestar a decisão do Cade de aprovar a fusão das cervejarias Brahma e Antarctica, criando a AmBev.
O presidente da Kaiser, Humberto Pandolpho, afirmou que o ponto a ser atacado judicialmente é a proibição a cervejarias que tenham mais de 5% do mercado de comprar a marca Bavaria.
A venda da Bavaria e de cinco fábricas da Brahma e da Antarctica, uma em cada região do país, foram as restrições impostas pelo Cade para a aprovação da fusão.
"O recurso à Justiça é o único caminho que o Cade nos deixou. Vamos analisar todas as peças do caso no fim-de-semana para decidir que tipo de ação vamos impetrar", declarou Pandolpho na manhã de ontem, em Brasília.
A cervejaria paulista, principal opositora da fusão, pode ainda contestar a validade do julgamento, porque o presidente do Cade, Gesner de Oliveira, não acatou uma liminar e manteve o julgamento.
A liminar foi entregue ao Cade às 19h05, mas Oliveira decidiu manter a sessão por sugestão do procurador-geral do Cade, Amauri Serralvo. É que a liminar, concedida em São José dos Campos (SP), já havia sido cassada pelo Tribunal Regional de São Paulo às 18h39. O juiz que concedeu a liminar foi informado da decisão às 19h52.
O presidente da Kaiser foi contraditório quanto ao interesse de sua empresa em comprar a Bavaria e as cinco fábricas. Num primeiro momento, afirmou que a marca e a fábrica são deficitárias e ultrapassadas.
Pouco depois, Pandolpho disse que a compra seria importante para fortalecer a Kaiser no mercado. Por fim, concluiu que só pode decidir após analisar a situação financeira da marca e das fábricas.
Pandolpho e seus assessores insistem na tese de que o Cade não impôs nenhuma restrição à AmBev na fusão. Segundo ele, a Bavaria é uma marca que vem perdendo penetração no mercado nacional e seria de interesse da AmBev vendê-la. A Bavaria chegou a ter 8% do mercado, mas fechou o ano passado com 5,5%.


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