São Paulo, sexta-feira, 31 de maio de 2002

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CÂMBIO

Governo ameaça punir com prisão exportador que não liberar seus dólares
O governo argentino resolveu jogar duro para obrigar os exportadores a liquidar os dólares obtidos com as vendas ao mercado externo. De acordo com comunicado divulgado ontem pelo Banco Central, os exportadores poderão ser punidos com até quatro anos de prisão por especular com a cotação da moeda norte-americana.
A medida, tomada durante reunião do presidente Eduardo Duhalde com o ministro da Economia, Roberto Lavagna, e o presidente do BC, Mario Blejer, visa a frear a disparada do dólar.
A moeda norte-americana chegou a ser negociada nas casas de câmbio por 3,72 pesos ontem, mas recuou para 3,69 pesos após o governo tomar a decisão. A cotação representa uma alta de 1,1% em relação à última quarta-feira.
O governo também resolveu intensificar a fiscalização sobre os exportadores. De acordo com dados preliminares do Ministério da Economia, teriam deixado de ser liquidados US$ 4,6 bilhões entre janeiro e meados de maio deste ano.
Se esses recursos fossem trocados por pesos nos bancos em até 15 dias, como estabelece a lei, o governo avalia que haveria maior oferta de dólares no mercado e o Banco Central não seria obrigado a queimar as reservas internacionais para atender à demanda.
Desde o começo do ano, o Banco Central teve que gastar US$ 4 bilhões em intervenções no mercado de câmbio na tentativa de frear a alta do dólar, reduzindo suas reservas para cerca de US$ 10,5 bilhões.
De acordo com o comunicado do Banco Central, os exportadores também poderão ser punidos com a cassação da licença para vender produtos ao exterior e levar uma multa de até dez vezes o valor do bem exportado se especularem com o dólar. (DE BUENOS AIRES)

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