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CONSUMO
Desde dezembro, margem de ganho das empresas aumentou 41,7%
Sobe lucro de distribuidoras de gás
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
A margem de lucro das distribuidoras de gás de cozinha subiu
41,7% na comparação entre dezembro de 2001 e este mês, segundo levantamento feito pela Folha
a partir de dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo).
No período, aumentou de
35,3% para 40,2% a participação
do preço da Petrobras no custo final do botijão para o consumidor.
Os resultados são conflitantes
com os números apresentados até
agora tanto pelo Sindigás (sindicato das distribuidoras) quanto
pela Petrobras. O sindicato informa que sua margem vem caindo
continuamente desde dezembro,
quando acabou o subsídio ao
GLP. A margem está hoje em torno de R$ 5.
A Petrobras informara na semana passada que sua participação
no preço final era de 37%. A estatal responsabilizara as distribuidoras pelo aumento expressivo
do gás. Havia dito que, do preço
total ao consumidor, 44% são referentes à margem de distribuição. Ontem, a Petrobras não quis
comentar o assunto.
Pelos dados da ANP, o lucro das
distribuidoras por botijão subiu
de R$ 5,13 em dezembro para R$
7,27 em julho. No caso das revendas, a margem cresceu 36%: de R$
3,33 para 4,53.
Troca de acusações
Em meio à disparada do preço
do gás e a provável volta do controle do governo sobre o produto
já na próxima semana, Sindigás e
Petrobras trocam acusações sobre
quem é responsável pelos reajustes. Os aumentos foram alvo de
recentes críticas do presidente
FHC e de quase todos os candidatos à Presidência.
Desde dezembro o preço do botijão de gás subiu 40,6%, passando de R$ 18,69 para R$ 26,29.
O levantamento aponta ainda
que o preço do gás subiu mais na
refinaria, cuja alta foi de 60,15%
(de R$ 6,60 para R$ 10,57).
O diretor do Sindigás Agostinho Simões diz que são dois os
motivos para os aumentos: repasse integral da variação do câmbio
pela Petrobras e elevação, em cascata, do ICMS. Afirma que não há
razão para a estatal embutir toda a
correção do dólar, uma vez que só
35% do produto é importado.
A Petrobras tem afirmado que
apenas cinco distribuidoras dominam mais de 80% do mercado.
Segundo a estatal, a maior parte
delas é ligada a grupos estrangeiros, o que facilitaria a importação
de gás, caso não estejam satisfeitas com o preço local.
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