São Paulo, quarta-feira, 31 de julho de 2002

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CONSUMO

Desde dezembro, margem de ganho das empresas aumentou 41,7%

Sobe lucro de distribuidoras de gás

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

A margem de lucro das distribuidoras de gás de cozinha subiu 41,7% na comparação entre dezembro de 2001 e este mês, segundo levantamento feito pela Folha a partir de dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo).
No período, aumentou de 35,3% para 40,2% a participação do preço da Petrobras no custo final do botijão para o consumidor.
Os resultados são conflitantes com os números apresentados até agora tanto pelo Sindigás (sindicato das distribuidoras) quanto pela Petrobras. O sindicato informa que sua margem vem caindo continuamente desde dezembro, quando acabou o subsídio ao GLP. A margem está hoje em torno de R$ 5.
A Petrobras informara na semana passada que sua participação no preço final era de 37%. A estatal responsabilizara as distribuidoras pelo aumento expressivo do gás. Havia dito que, do preço total ao consumidor, 44% são referentes à margem de distribuição. Ontem, a Petrobras não quis comentar o assunto.
Pelos dados da ANP, o lucro das distribuidoras por botijão subiu de R$ 5,13 em dezembro para R$ 7,27 em julho. No caso das revendas, a margem cresceu 36%: de R$ 3,33 para 4,53.

Troca de acusações
Em meio à disparada do preço do gás e a provável volta do controle do governo sobre o produto já na próxima semana, Sindigás e Petrobras trocam acusações sobre quem é responsável pelos reajustes. Os aumentos foram alvo de recentes críticas do presidente FHC e de quase todos os candidatos à Presidência.
Desde dezembro o preço do botijão de gás subiu 40,6%, passando de R$ 18,69 para R$ 26,29.
O levantamento aponta ainda que o preço do gás subiu mais na refinaria, cuja alta foi de 60,15% (de R$ 6,60 para R$ 10,57).
O diretor do Sindigás Agostinho Simões diz que são dois os motivos para os aumentos: repasse integral da variação do câmbio pela Petrobras e elevação, em cascata, do ICMS. Afirma que não há razão para a estatal embutir toda a correção do dólar, uma vez que só 35% do produto é importado.
A Petrobras tem afirmado que apenas cinco distribuidoras dominam mais de 80% do mercado. Segundo a estatal, a maior parte delas é ligada a grupos estrangeiros, o que facilitaria a importação de gás, caso não estejam satisfeitas com o preço local.



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