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MERCADO FINANCEIRO
Apesar de nervosismo cambial, Bovespa tem alta de 1,09%, no mercado futuro, juro continua a subir
Bolsa sobe pelo segundo dia consecutivo
DA REPORTAGEM LOCAL
DE WASHINGTON
A Bovespa subiu 1,09% ontem e, mais uma vez conseguiu se valorizar, apesar da forte alta do dólar. O volume negociado ficou em R$ 828,524 milhões, o maior giro em um dia em dois meses.
A alta da Bolsa é vista como
uma correção, já que o preço das
ações está barato. Com a alta do
dólar e a instabilidade internacional, cresce a procura por um ativo
real, que dê certa segurança segurança aos investidores.
Papéis de empresas sólidas, como a Vale do Rio Doce, estão com
preços atrativos e se beneficiam
desse fato. A ação preferencial da
companhia subiu 8% ontem.
Já as ações de banco caíram forte. Os papéis preferenciais do Bradesco, os mais negociados do Ibovespa ontem, caíram 3,5%. Itaú
PN se desvalorizou em 4,8%.
Operadores afirmam que estrangeiros fogem desses papéis
desde a semana passada. Os bancos brasileiros passam por situação delicada porque detêm grande quantidade de títulos públicos
e são prejudicados pela desconfiança em relação à capacidade de
o governo brasileiro pagar sua dívida. Os C-Bonds caíram 5,6%.
Segundo a Folha informou anteontem, a busca por dólares no
mercado à vista provocou um buraco de até US$ 3 bilhões na contabilidade de bancos brasileiros.
O "descasamento" ocorre
quando um banco brasileiro antecipa empréstimos a sua base de
clientes sem ter ainda obtido as linhas comerciais de bancos internacionais. Quando isso ocorre, o
banco é obrigado a usar seu próprio capital para fazer empréstimos, reduzindo seu caixa.
Reinaldo da Costa Rios, diretor
de Operações de Tesouraria da
Febraban e diretor Tesoureiro do
Unibanco, reconheceu que está
havendo o descasamento entre o
valor da captação de linhas comerciais dos bancos brasileiros
no exterior e o valor dos empréstimos concedidos, por esses bancos, a seus clientes no Brasil.
No entanto, disse que esse descasamento é "passageiro" e "muito menor" que US$ 3 bilhões. Ele
não quis informar valores.
A alta do dólar também tem influenciado negativamente as projeções para as taxas de juros.
Os contratos de maior liquidez,
para janeiro de 2003, passaram de
25,43% para 26,11%. O mercado
especula que o governo possa elevar os juros para conter o nervosismo do mercado cambial. (ANA PAULA RAGAZZI E MARCIO AITH)
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