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São Paulo, quinta-feira, 31 de julho de 2003

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Dólar sobe pelo 4º dia e vai a R$ 2,97

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Na quarta alta consecutiva, o dólar alcançou R$ 2,97 ontem, o valor mais elevado desde o dia 2 de junho.
A alta da cotação da moeda foi de 1,12%. Compras feitas por tesourarias bancárias e operações no mercado futuro voltaram a pressionar o dólar, como no dia anterior. Desde o fim de março, a moeda não se valorizava por quatro dias seguidos. O risco-país subiu 3,1%, para os 800 pontos.
Se não chegou a ser uma decepção, o resultado da operação da troca de títulos da dívida externa, finalizada ontem pelo governo -a principal notícia do dia para o mercado-, não agradou muito. A expectativa era que a operação alcançasse os US$ 2 bilhões, mas envolveu um montante menor, de US$ 1,3 bilhão.
"A operação de "swap" [troca] ficou longe de ser um sucesso e alimentou a valorização do dólar. Todo mundo trabalha com um real mais desvalorizado até o fim do ano", afirma Alexandre Vasarhelyi, chefe da mesa de câmbio do banco ING.
Pelas projeções do mercado futuro, o dólar seguirá em alta. Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), o contrato de câmbio com prazo em setembro fechou cotado a R$ 3,02. O contrato com prazo em dezembro fechou com taxa de R$ 3,15.
O dólar iniciou o mês a R$ 2,84. No ano, a moeda dos EUA ainda acumula baixa de 16%.

Tensão social
Analistas não descartam algum peso das crescentes tensões sociais e políticas sobre o mercado, mas, avaliam, seus efeitos são marginais neste momento sobre a cotação do dólar. De qualquer forma, o mercado acompanha com atenção a difícil batalha do governo em torno das reformas tributária e da Previdência e as invasões dos sem-terra e sem-teto.

Ptax
Ontem cresceu a disputa entre "comprados" (investidores que se beneficiam da alta das cotações) e "vendidos" (que ganham com a queda da moeda) para influenciar a formação da Ptax (média do dólar apurada diariamente pelo BC). Essa taxa serve de referência para a liquidação dos contratos de câmbio negociados na BM&F. Dessa forma, os investidores tentam fazer a cotação da moeda se ajustar a seus interesses. O número de contratos de câmbio girados na BM&F saltou de 55 mil na segunda para 151 mil ontem.


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