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Dólar sobe pelo 4º dia e vai a R$ 2,97
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Na quarta alta consecutiva, o
dólar alcançou R$ 2,97 ontem, o
valor mais elevado desde o dia 2
de junho.
A alta da cotação da moeda foi
de 1,12%. Compras feitas por tesourarias bancárias e operações
no mercado futuro voltaram a
pressionar o dólar, como no dia
anterior. Desde o fim de março, a
moeda não se valorizava por quatro dias seguidos. O risco-país subiu 3,1%, para os 800 pontos.
Se não chegou a ser uma decepção, o resultado da operação da
troca de títulos da dívida externa,
finalizada ontem pelo governo
-a principal notícia do dia para o
mercado-, não agradou muito.
A expectativa era que a operação
alcançasse os US$ 2 bilhões, mas
envolveu um montante menor,
de US$ 1,3 bilhão.
"A operação de "swap" [troca] ficou longe de ser um sucesso e alimentou a valorização do dólar.
Todo mundo trabalha com um
real mais desvalorizado até o fim
do ano", afirma Alexandre Vasarhelyi, chefe da mesa de câmbio do
banco ING.
Pelas projeções do mercado futuro, o dólar seguirá em alta. Na
BM&F (Bolsa de Mercadorias &
Futuros), o contrato de câmbio
com prazo em setembro fechou
cotado a R$ 3,02. O contrato com
prazo em dezembro fechou com
taxa de R$ 3,15.
O dólar iniciou o mês a R$ 2,84.
No ano, a moeda dos EUA ainda
acumula baixa de 16%.
Tensão social
Analistas não descartam algum
peso das crescentes tensões sociais e políticas sobre o mercado,
mas, avaliam, seus efeitos são
marginais neste momento sobre a
cotação do dólar. De qualquer
forma, o mercado acompanha
com atenção a difícil batalha do
governo em torno das reformas
tributária e da Previdência e as invasões dos sem-terra e sem-teto.
Ptax
Ontem cresceu a disputa entre
"comprados" (investidores que se
beneficiam da alta das cotações) e
"vendidos" (que ganham com a
queda da moeda) para influenciar
a formação da Ptax (média do dólar apurada diariamente pelo BC).
Essa taxa serve de referência para
a liquidação dos contratos de
câmbio negociados na BM&F.
Dessa forma, os investidores tentam fazer a cotação da moeda se
ajustar a seus interesses. O número de contratos de câmbio girados
na BM&F saltou de 55 mil na segunda para 151 mil ontem.
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