São Paulo, Sábado, 31 de Julho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EXUBERÂNCIA
Medida, que prevê redução de US$ 729 bi em dez anos, deverá ser vetada pelo presidente Clinton
Senado dos EUA aprova corte de imposto

das agências internacionais

O Senado norte-americano aprovou ontem o projeto de lei que prevê um corte de US$ 792 bilhões nos impostos pelos próximos dez anos.
A medida foi aprovada por 57 votos a favor e 43 contra, apesar da ameaça de veto feita pelo presidente Bill Clinton.
Na semana passada, o projeto foi aprovado por 223 a 208 na Câmara dos Representantes (deputados).
O projeto, proposto pela maioria republicana, prevê a diminuição progressiva de 10% dos impostos nos próximos dez anos e a concessão de uma série de benefícios fiscais a empresas.
A aprovação da medida pelas duas Casas vai acirrar a disputa entre o Executivo e o Legislativo sobre a melhor maneira de utilizar o superávit orçamentário previsto em US$ 3 trilhões na próxima década.
Parte desse valor -US$ 2 trilhões- será utilizado para fortalecer a Seguridade Social. A briga se concentra no US$ 1 trilhão ainda sem destinação.
Clinton quer utilizar esses recursos para pagar a dívida federal norte-americana.
Os EUA devem registrar superávit orçamentário de US$ 142 bilhões no próximo ano fiscal, que começa em 1º de outubro.
Para este ano, o superávit deve chegar a US$ 99 bilhões, acima dos US$ 79 bilhões previstos inicialmente.
A idéia de Clinton é, mantendo esse resultado, pagar todos os papéis da dívida do país em 2015.
O presidente do Fed (o banco central norte-americano) Alan Greenspan, também é contra o corte nos tributos.
Greenspan sustenta que o excedente de US$ 3 trilhões é apenas uma "hipótese" e corre, assim, risco de não vir a se concretizar.
Também para o presidente do Fed, os excedentes previstos deveriam ser utilizados para honrar a dívida dos EUA.
"Este é o momento ideal para reduzir a dívida federal. Não consigo ver momento mais oportuno para fazê-lo", disse Greenspan, no depoimento ao Senado feito na quarta-feira.
A economia norte-americana está em seu nono ano de expansão -cresceu 43,% no primeiro trimestre e mais 2,3% no segundo- e registrou seu primeiro superávit orçamentário, de US$ 70 bilhões, no ano passado, após três décadas de déficits.


Texto Anterior: Negócios: Globo vende a Nec para os japoneses
Próximo Texto: Desemprego no Japão sobe para 4,9%
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.