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Fraga diz que taxa pode cair na próxima reunião do Copom
CHICO SANTOS
da Sucursal do Rio
O presidente do Banco Central,
Armínio Fraga Neto, disse ontem
que a decisão do Copom (Comitê
de Política Monetária do BC) nesta semana, de adotar um viés neutro para a taxa de juros, não significa que ela não possa cair na próxima reunião do mesmo Copom.
Segundo Fraga, o viés de baixa
indicava apenas que o governo
dava ao presidente do BC a faculdade de reduzir os juros entre
uma reunião e outra do Copom.
O viés neutro, disse, indica que o
governo não vê necessidade de
mexer na taxa até a próxima reunião (em 1º de setembro), salvo
em situação de emergência.
Fraga disse que o viés será retomado sempre que o Copom achar
necessário. Na quarta-feira, os juros básicos foram reduzidos de
21% para 19,5%.
Segundo o presidente do BC, a
mudança teve também o objetivo
de acabar com uma interpretação
errada de que o viés indicava a
tendência da inflação.
Mesmo com o repique inflacionário de julho -a inflação medida pelo IGP-M (Índice Geral de
Preços do Mercado) atingiu
1,55%-, o presidente do BC disse
que o índice oficial do governo
para o ano vai ficar abaixo de 10%.
A inflação oficial do governo é
medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do
IBGE. De janeiro a junho, o IPCA
apresentou alta de 3,96%.
A análise de Fraga foi feita ontem, durante palestra no seminário "O Real, as Reformas e o Futuro", promovido pela Associação
Comercial do Rio de Janeiro.
À tarde, no mesmo fórum, o ministro da Fazenda, Pedro Malan,
foi menos enfático em relação à
concretização da meta inflacionária deste ano (8%, com margem
de erro de dois pontos para cima
ou para baixo). Ele preferiu mencionar apenas as metas de 2000 e
2001 e dizer que essa e outras metas macroeconômicas "devem ser
vistas no médio e longo prazos".
As explicações de Fraga acalmaram o setor de renda fixa. No
mercado DI (juros futuros), a taxa
para agosto recuou 1,12%.
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