São Paulo, quinta-feira, 31 de agosto de 2000


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PARA ENTENDER O CASO

 Em maio de 99, o governo mudou a forma de tributar o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) do cigarro. No lugar da alíquota de 330% sobre o produto, o governo passou a cobrar um preço fixo por maço, variando de acordo com o tipo.

 Segundo o Ministério Público Federal, com a mudança, instituída pelo secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, o peso do IPI sobre o preço final do cigarro caiu de 41,25% para 25%, em média.

 Ao fazer a mudança, a Receita Federal queria coibir o contrabando de cigarros, reduzir a sonegação fiscal e, consequentemente, aumentar a arrecadação.

 Na ação proposta, os procuradores de Brasília afirmam que, entre 1998 e 1999, o lucro dos fabricantes de cigarro aumentou e o consumo per capita subiu de 876 para 905 unidades, enquanto a arrecadação de IPI caiu 10%.

 Feita uma comparação entre o primeiro semestre de 1999 e o deste ano, a cobrança de IPI rendeu 17,5% menos aos cofres públicos. Como resultado desta mistura, haveria perdas financeiras de R$ 500 milhões anuais para os cofres públicos.

 Entre as marcas que tiveram a maior redução de IPI, os procuradores apontam a Hollywood, cujo peso do imposto sobre o preço final do produto caiu de 41% para 28%. Hollywood foi a terceira marca mais vendida do mercado, no ano passado.

 Os procuradores querem suspender imediatamente os atos administrativos da Receita Federal que modificaram a cobrança do IPI sobre o cigarro, voltando a cobrar o imposto sobre a produção que sai das fábricas.

 Arrolam, entre as justificativas, que se trata de uma questão de saúde pública: 85 mil pessoas morrem anualmente no Brasil em decorrência do cigarro.


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