São Paulo, quinta-feira, 31 de agosto de 2000


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MERCADO
Acaba autorização prévia
Diminui burocracia para empréstimos

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As empresas privadas não precisarão mais pedir autorização prévia para tomar empréstimos ou vender títulos no exterior. Bastará declarar a operação ao Banco Central até dez dias após a entrada dos recursos no país.
A medida foi aprovada ontem pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) e faz parte do projeto do BC para liberalizar o movimento de capitais estrangeiros no país. Aos poucos, o governo vem liberalizando o fluxo de capitais. A mais importante medida entrou em vigor em dezembro de 1999, quando foram extintos os prazos mínimos e máximos para as captações no exterior, assim como as regras que direcionavam recursos para atividades como agricultura e habitação.
Outra medida foi tomada há cerca de um mês, com a implantação do registro instantâneo para os investimentos diretos, que também dispensa a autorização prévia para esse tipo de capital. O passo seguinte será a instalação, até o final do ano, de um sistema eletrônico para as captações.
Mesmo antes de o novo sistema eletrônico ficar pronto, a mudança anunciada ontem já reduz significativamente a burocracia. A aprovação das captações externas demorava até 30 dias. Agora, a espera é zero, pois as empresas estarão apenas obrigadas a declarar as captações.
O diretor de Assuntos Internacionais do BC, Daniel Gleizer, sustenta que o novo sistema não abrirá o país à entrada indesejada de capitais de curto prazo.
Segundo ele, continuará em vigor o sistema que tributa com o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) as captações de menor prazo, desestimulando o ingresso de capitais especulativos. Hoje, operações com vencimento em 90 dias pagam alíquota de 5%. "Se for necessário, podemos aumentar a alíquota", disse.
Ontem o CMN também revogou 237 normas antigas da área cambial que não tinham mais função e confundiam o mercado.
O CMN também concedeu ontem autorização para três instituições com participação de estrangeiros aumentarem sua presença no sistema financeiro. As instituições foram o Banco BBA Creditanstalt, de capital austríaco, a Portugal Telecom e o BCN, que é controlado pelo Bradesco, mas tem 1,81% de seu capital nas mãos de estrangeiros.


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