São Paulo, terça-feira, 31 de agosto de 2004

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RETOMADA

Presidente diz que país voltará a ser a 8ª economia para "ver se os mais ricos vão diminuir o grupo dos privilegiados"

Lula faz críticas ao G8 por excluir o Brasil

MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PIRACICABA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem em Piracicaba (162 km a noroeste de São Paulo), que o Brasil voltará a ser a sexta, a sétima ou a oitava economia mundial para "ver se os mais ricos vão diminuir o grupo dos privilegiados". Disse também que o Brasil deixará de ser um país "eternamente em desenvolvimento".
"Este país já foi a oitava economia mundial. Quando éramos a oitava economia mundial, não tinha o grupo dos oito. Era só o G7. Quando nós caímos para décimo lugar, aí criaram o G8, porque já não era mais o Brasil. Possivelmente não coubesse um país latino-americano no grupo dos países mais ricos. Mas como nós somos brasileiros e não desistimos nunca, este país ainda vai voltar a ser a sétima, a sexta ou a oitava economia do mundo para ver se os mais ricos vão diminuir o grupo dos privilegiados", disse o presidente.
O G8 é formado pelas sete nações mais ricas do mundo (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) mais a Rússia, que participa como membro permanente desde 1994.
O grupo costuma convidar líderes de outros países para suas cúpulas anuais. Em 2003, o encontro ocorreu na França, e o Brasil foi convidado, junto com outros países em desenvolvimento.
Na época, Lula disse que dificilmente os convidados da cúpula na França estariam de fora do próximo encontro do G8, ocorrido em junho deste ano nos Estados Unidos.
Mas o Brasil não foi convidado pelo país anfitrião. O presidente francês, Jacques Chirac, criticou a ausência do Brasil na reunião nos Estados Unidos.

Recurso para infra-estrutura
Lula foi a Piracicaba participar da comemoração dos 50 anos da Caterpillar e do lançamento de um máquina agrícola com projeto totalmente brasileiro.
O presidente discursou para uma platéia de cerca de 4.500 pessoas, entre funcionários e convidados.
Antes do discurso de Lula, o presidente da Caterpillar, Steve Wooning, ao discursar, disse que o país está no rumo certo, mas que precisa de investimentos na infra-estrutura.
Lula afirmou que não faltará dinheiro do país para investimentos em infra-estrutura. "Estou dizendo para a direção da Caterpillar, que fiquem certos de uma coisa: não haverá falta de dinheiro para investimentos na infra-estrutura. Há alguns anos não se esperava que a economia brasileira voltasse a crescer novamente, nem que nossas exportações fossem dar o salto de qualidade que deram nos últimos 20 meses."


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