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Bovespa se "descola" de NY e fecha dia com alta de 0,23%
Em Wall Street, previsão de lucros menores para grandes bancos derrubou ações e levou índice Dow Jones a um recuo de 0,38%
Investidores adotaram estratégia de cautela à espera de discurso do presidente do Fed sobre crise, que acontecerá hoje
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de alternar momentos de altos e baixos, a Bolsa de
Valores de São Paulo encerrou
o pregão em terreno positivo,
com apreciação de 0,23%. Apesar da alta branda, o resultado
foi melhor que o registrado pela
Bolsa de Nova York, que terminou o dia no vermelho, com recuo de 0,38%.
No mercado de câmbio brasileiro, o dólar se apreciou um
pouco diante do real (0,36%),
para fechar vendido a R$ 1,974.
Para o risco-país, o dia instável resultou em elevação de 3%,
indo a 206 pontos.
Os investidores demonstraram certa cautela nos pregões
de ontem, pois é grande a expectativa em torno do discurso
de Ben Bernanke, presidente
do Fed (o banco central dos
EUA), programado para hoje.
Bernanke vai falar sobre o setor
imobiliário e a política monetária, e, dependendo de suas declarações, os mercados podem
ter um dia bem turbulento.
Muitos investidores contam
com uma redução nos juros básicos americanos, que estão em
5,25% anuais, e se espera que
Bernanke dê sinais de que isso
possa ocorrer em breve.
Ontem foi apresentada a revisão do PIB (Produto Interno
Bruto) norte-americano do segundo trimestre do ano. Mas a
elevação no resultado -ficou
em 4%, contra 3,4% da prévia
anterior- não serviu de estímulo para o mercado.
As Bolsas européias tiveram
desempenho melhor, amparadas principalmente em altas de
ações dos setores de tecnologia
e petrolífero. O índice FTSEurofirst 300, composto pelas
ações das maiores empresas
européias, teve alta de 1,13%. A
Bolsa de Londres subiu 1,3%.
Em Wall Street, o fraco desempenho das ações de bancos
segurou o mercado. A informação de que o banco Lehman
Brothers reduziu as previsões
de lucros de instituições como
Goldman Sachs, Morgan Stanley e Bear Stearns desanimou
os investidores. Dentre as
maiores quedas em NY, ficaram as ações de Morgan Stanley (-1,7%), Goldman Sachs
(-1,3%) e Merrill Lynch (-1,3%).
A continuidade da crise que o
mercado americano de crédito
habitacional de alto risco enfrenta pode piorar ainda mais
as expectativas para os resultados dos bancos.
Na Bovespa, as ações preferenciais "A" da Vale do Rio Doce voltaram a ser as mais negociadas e subiram 0,17%.
O índice Ibovespa, o principal da Bolsa, acumula até o momento queda mensal de 2,44%.
Na semana que vem, o Copom (Comitê de Política Monetária) irá se reunir para definir
como fica a taxa Selic, que está
em 11,5%. A previsão que prevalece no mercado é a de que a
Selic será reduzida em 0,25
ponto. Mas, se o Copom optar
por manter a taxa, a Bolsa poderá responder negativamente.
"O aumento das incertezas
no cenário externo e as surpresas negativas no campo inflacionário doméstico devem elevar a cautela na condução da
política monetária, resultando
em redução do ritmo de corte
da Selic no próximo Copom.
Espero que o BC reduza a taxa
Selic em 0,25 ponto na reunião
da próxima semana", diz Maristella Ansanelli, economista-chefe do Banco Fibra.
O dólar encerrou ontem com
valorização mensal acumulada
de 4,83%. Quem buscou o dólar
como forma de investimento
neste mês conseguiu, até ontem, retorno melhor que o de
várias aplicações financeiras.
Com a proximidade do encerramento do mês, o mercado
de câmbio começou a sentir a
disputa dos investidores para
influenciar a Ptax (cotação média do dólar apurada pelo BC).
Essa taxa serve de referência
para as liquidações de contratos cambiais no mercado futuro. Nesse período, os investidores costumam fazer negócios
no mercado apenas para influenciar a Ptax e se beneficiarem na hora de os contratos
cambiais serem liquidados.
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