DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro Guido Mantega (Fazenda) batizou ontem de social-desenvolvimentismo o que ele considera ser o novo ciclo econômico do governo Lula em seu segundo mandato.
A "novidade" constou da exposição de Mantega durante a reunião ministerial de ontem na Granja do Torto, quando o presidente Lula reuniu sua equipe para, entre outras coisas, tratar da situação da economia brasileira diante da crise financeira internacional.
O termo surgiu logo no segundo slide da apresentação do ministro. "Implantação do Novo Modelo de Desenvolvimento: Social-Desenvolvimentismo". Segundo Mantega, essa política se caracteriza por um crescimento econômico mais vigoroso, associado a uma redução das desigualdades sociais e regionais.
Para garantir o sucesso do novo modelo, o ministro defendeu que o crescimento da economia é sustentável e citou o crescimento do PIB por 21 trimestres consecutivos, do consumo, por 14 trimestres, e do investimento, por 13 trimestres. O controle da inflação e a responsabilidade fiscal, apesar de fazerem parte do receituário monetarista, também foram usados pelo ministro para explicar o "social-desenvolvimentismo".
Mantega sempre procurou se mostrar como um contraponto à política econômica do ex-ministro Antonio Palocci Filho, seu antecessor na Fazenda, responsável por tocar um forte ajuste fiscal, que reduziu a quase nada os investimentos públicos, mas possibilitou a estabilização da economia.
Abriu, assim, o caminho para Mantega lançar o que chama de novo modelo social-desenvolvimentista, num momento de aumento da arrecadação, inflação baixa e contas externas ajustadas.


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