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Cai índice de pirataria em software no Brasil
No ano passado, 60 de cada 100 programas comprados no país eram ilegais, contra 64 em 2005; queda é a 1ª em dez anos
Taxa está acima da média mundial, de 35%; ministério credita redução a esforço
para usar produto original dentro do próprio governo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O índice de softwares piratas
adquiridos no Brasil caiu de
64% para 60% de 2005 para
2006, de acordo com a quarta
edição do Estudo Anual de Pirataria de Software Global, elaborado pela consultoria IDC
Global e divulgado pelo Ministério da Justiça.
Segundo a pasta, a queda é a
primeira em dez anos. Teriam
contribuído para ela "os esforços do governo brasileiro para
aumentar a utilização de software legítimo dentro de seus
próprios departamentos" e a
realização de acordos entre fornecedores de software e de
computador.
Embora tenha caído, a taxa
brasileira ainda é maior que a
média mundial, de 35%.
O número se manteve estável
no mundo, segundo o trabalho,
porque, embora a taxa de pirataria em softwares tenha caído
na Europa e na América Latina,
ela cresceu na Ásia e na África.
Já os prejuízos com a pirataria, afirma a IDC, aumentaram
em cerca de US$ 5 bilhões no
mundo, devido ao crescimento
do mercado como um todo
-15% a mais do que em 2005.
No Brasil, em décimo lugar
entre os que têm mais perdas
com a pirataria, o prejuízo teria
sido de US$ 1,4 bilhão -aumento de US$ 382 milhões.
De acordo com o trabalho,
em mais da metade dos países o
índice de pirataria de softwares
é de 62%. Em 62, o índice caiu;
em 13, ele aumentou. Em 27,
ele se manteve estável. A pesquisa foi feita em 102 países.
O país com a maior taxa de
pirataria de softwares é a Armênia (95%) e o que tem a menor é Cingapura (39%).
A China, que em 1998 tinha
92% de softwares piratas, reduziu seu índice para 82% em
2006. Segundo a IDC, o mercado do software legítimo no país
aumentou 358% desde 2003.
Na Rússia, a taxa caiu sete
pontos percentuais desde 2003
-três de 2005 para 2006.
O estudo aponta como um
dos fatores da queda o aumento
da renda pessoal no país.
Para estimar o número de piratas, a pesquisa cotejou, entre
outros fatores, as vendas de
computadores com as vendas
de softwares legais.
De acordo com o professor da
UnB (Universidade de Brasília)
Leonardo Lazarte, porém, esse
tipo de número é difícil de avaliar, devido à própria natureza
ilegal da pirataria.
Sobre a queda do índice do
Brasil, Lazarte afirma que só se
pode dizer que "está na margem de erro".
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