São Paulo, sexta-feira, 31 de agosto de 2007

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Compra parcelada no cartão supera pagamento à vista

Preço dividido em até cinco prestações é o mesmo

DEISE DE OLIVEIRA
DA FOLHA ONLINE

Depois de os cartões de crédito terem ultrapassado, em 2006, os talões de cheque em número de transações, neste ano o uso do plástico para as compras parceladas vai superar o uso para pagamentos à vista.
"Este será o primeiro ano em que o pagamento parcelado vai superar os pagamentos à vista, embora isso já tenha acontecido em alguns meses ao longo dos últimos anos", disse Fernando Chacon, diretor de marketing para cartões do Itaú.
A expansão, avalia, deve-se ao fato de o preço a prazo em quatro ou cinco vezes ser o mesmo do à vista e ao aprendizado do consumidor em adequar a capacidade de pagamento ao consumo. "O cartão para contas parceladas também é uma forma de lojistas e consumidores se prevenirem da inadimplência do pré-datado."
No primeiro semestre, as compras parceladas representaram 50,1% do total, o equivalente a R$ 41,5 bilhões do faturamento de cartões de crédito, contra 49,9% das feitas à vista (R$ 41,4 bilhões). Para o fim do ano, a estimativa é que o parcelado chegue a 51,9%.
Quanto à substituição do cheque pelo cartão, as transações com cartões devem somar R$ 2,4 bilhões contra R$ 1,5 bilhão em cheques em 2007. A quantidade de transações de cartão de crédito vai superar a de cheques compensados em 52% no ano, segundo o estudo.
A pesquisa aponta que, nos últimos 14 anos, o cartão de crédito ampliou a participação no consumo privado (valor do PIB menos investimentos e gastos do governo) de 2,7% para 14,4% atualmente.
Segundo Chacon, a taxa de crescimento do cartão de crédito tem sido da ordem de 20% a cada ano, a exemplo do que ocorreu no desempenho do primeiro semestre deste ano, quando o faturamento foi de R$ 83 bilhões, com 86 milhões de cartões, contra R$ 69 bilhões no mesmo período de 2006, com 72 milhões de unidades. Para todo o ano, a previsão é atingir um faturamento de R$ 181,6 bilhões, com 2,381 bilhões de transações e valor médio da compra de R$ 76.
Entre as regiões do país, a maior taxa de expansão foi no Centro-Oeste, com alta de 38,4% do faturamento e 21,7% no número de cartões nos primeiros seis meses deste ano em relação ao mesmo período de 2006. No Norte, o faturamento cresceu 22,3%, e os cartões, 15,1%. No Nordeste, 22% e 21,3%, respectivamente.
O Sul tem um índice de crescimento ainda modesto, se comparado ao desempenho das outras regiões, inclusive, à Sudeste, que já tem um mercado maduro, segundo Chacon. O Sul teve aumento de 20,9% no faturamento e 15,6% no número de cartões, e o Sudeste, 16,5% e 18,2%, respectivamente. Quanto às negociações na internet, o cartão responde por 68% das compras.


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