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Mercado acredita que BC vai manter juros em 19,5%
MARCELO DIEGO
da Reportagem Local
O mercado trabalha com a hipótese de que o Banco Central
não irá promover novo corte na
taxa básica de juros, amanhã.
Em Brasília, acontecerá a reunião mensal do Copom (Comitê
de Política Monetária). Formado
por diretores do BC, o Copom determina mexidas nos juros. Hoje
a taxa está em 19,5% ao ano.
Ontem o BC já anunciou que irá
usar a reunião extraordinária,
marcada para o próximo dia 22,
para voltar a discutir os juros.
Anteriormente, o encontro serviria apenas para analisar o relatório trimestral do BC sobre as
metas para a inflação.
Ontem o BC divulgou circular
esclarecendo que essa reunião
não se restringirá ao relatório de
inflação e terá plenos poderes para tomar decisões sobre outros assuntos, como alta e baixa de juros.
O novo encontro regular do organismo está marcado para 6 de
outubro. Assim, o BC tem três
oportunidades para mexer nos
juros em um intervalo de pouco
mais de um mês.
"O BC deve ser o mais conservador possível (amanhã). Se o cenário piorar, não corre o risco de
promover um aumento nos juros
mais adiante. Se houver uma melhora, tem duas chances para promover o corte", disse Érico Capelo, da Lloyds Asset Management.
Entre os fatores de pressão,
apontados por especialistas, estão: repique de inflação causado
pelos aumentos de tarifas, comportamento instável na Argentina, frágil apoio político do governo e o recente aumento na taxa de
juros dos Estados Unidos.
"Os fundamentos econômicos
não estão ruins, mas a falta de
avanços no cenário político e a
instabilidade gerada pela alta do
dólar indicam uma postura mais
conservadora", disse José Cândido de Melo, gerente de renda fixa
do Banco Tendências.
Para ele, o máximo que o BC
pode fazer é cortar os juros em 0,5
ponto percentual, mas manter a
tendência (ou viés) neutra.
"Qualquer mexida mais abrupta seguiria posições políticas, não
técnicas", disse Carlos Aírton Biasetto, diretor administrativo do
Hexabanco. "Se houver queda
nos juros, será algo muito discreto, para algo em torno de 19,25%
ou 19%."
Um aumento nos juros, porém,
é refutado. "Se o BC quiser dar
um sinal de alerta, muda o viés,
para o de alta", afirmou. "Aumentar os juros agora seria dar
um tiro no pé. O governo está tentando criar fatos positivos. Essa
seria uma notícia negativa", disse
Capelo.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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