São Paulo, Terça-feira, 31 de Agosto de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MERCADO FINANCEIRO

Bovespa cai 0,19% e segue com giro baixo

da Reportagem Local

Agosto caminha para ser o pior mês em volume financeiro do ano na Bolsa de Valores de São Paulo. A menos que o pregão de hoje registre giro de, no mínimo, R$ 562,294 milhões, o mês conseguirá ter média diária menor do que a de janeiro.
Até ontem, a média diária deste mês estava em R$ 477,528 milhões. Por dia, em janeiro (mês do sobressalto com a desvalorização do real), a Bovespa registrava giro de R$ 481,381 milhões.
Para contribuir com a baixa liquidez, o pregão registrou ontem apenas R$ 333,890 milhões em negócios -terceiro pior volume financeiro do mês, 30,1% menor do que a média de agosto.
O pouco dinheiro em circulação foi reflexo de uma atitude conservadora dos investidores. Eles estão esperando a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) sobre a taxa de juros, que sai amanhã, e a divulgação do Orçamento para o ano 2000 e do plano plurianual do governo antes de agirem.
Se o Orçamento estiver bem feito, mostrando como o governo pretende cumprir seus números fiscais para 2000, o otimismo pode voltar ao mercado. Na semana passada, a Bolsa apresentou alta em quatro dos cinco pregões.
Ontem, no entanto, com giro pequeno, a Bovespa acabou acompanhando a queda da Bolsa de Nova York (recuo de 1,59%) e registrou baixa de 0,19%.
O recuo do dólar também influenciou a Bolsa. O pregão tem acompanhado a oscilação da moeda norte-americana. Quando o dólar se valoriza, a Bolsa sobe. Quando a moeda recua, a Bovespa acompanha.
A explicação é que os preços das ações brasileiras chegaram a um patamar considerado estável em dólar. Quando a moeda se ajusta, o valor dos papéis, em reais, segue o movimento.
A instabilidade política na Venezuela e a renegociação da dívida externa equatoriana tiveram reflexos na cotação dos C-Bonds, títulos da dívida brasileira mais negociados no exterior.
Os papéis recuaram 1,78% em relação a sexta-feira, sendo cotados a 59,09% do seu valor de face. Quanto maior a desvalorização da face, menor é a credibilidade que o papel desfruta.
(MARCELO DIEGO)


Texto Anterior: Telefonia celular: Procon apura diferenças de até 438%
Próximo Texto: Serviços médicos: Plano de saúde antigo pode ser mantido
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.