São Paulo, Terça-feira, 31 de Agosto de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

INFLAÇÃO
FGV prevê taxa entre 15% e 16% com dólar a R$ 2,00
IGP-M em agosto vai a 1,56%, sob pressão de preços do atacado

ISABEL CLEMENTE
da Sucursal do Rio

Se a cotação do dólar continuar próxima a R$ 2, a inflação este ano poderá ficar entre 15% e 16%, segundo projeções da FGV (Fundação Getúlio Vargas), cuja previsão anterior era de 14%.
A alta do dólar -mais os combustíveis e o frio- é uma das explicações para a variação de 2,24% do IPA (Índice de Preços no Atacado), um dos três índices que compõem o IGP-M (Índice Geral de Preços), que subiu de 1,55%, em julho, para 1,56%, em agosto, divulgou ontem a FGV.
O IGP-M acumulado no ano (de janeiro a agosto) está em 11,67%.
O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) ficou em 0,70%, aumentando ainda mais a diferença entre a inflação medida no atacado, pelo IPA, e o índice que reflete os preços ao consumidor. O INCC (Índice Nacional de Custos da Construção) foi de 0,52%.
Segundo o economista Paulo Cota, chefe do Centro de Estudos de Preços da FGV, a diferença entre o IPA e o IPC prova a existência de uma "bolha inflacionária", que vai aparecer "assim que o país retomar o crescimento".
Cota diz que, se a recessão não estivesse limitando o poder de compra dos brasileiros e segurando os preços no varejo, o IPC estaria de 6% a 8% mais alto.
"A margem bruta (o que supera o custo da produção, incluindo lucro) das companhias está caindo e elas vão se recuperar quando a economia voltar a crescer", diz.
Há a possibilidade de que a "bolha inflacionária" comece a se diluir já no fim do ano, devido à liberação do 13º salário, que aumenta temporariamente a renda do consumidor, segundo Cota.


Texto Anterior: Telecomunicações: Privatização ampliou empregos nas operadoras, diz governo
Próximo Texto: Supermercados: Carrefour compra rival por US$ 16,8 bi
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.