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SUPERMERCADOS
Negócio com Promodès cria segundo maior grupo varejista do mundo, presente em 26 países
Carrefour compra rival por US$ 16,8 bi
das agências internacionais
O grupo varejista Carrefour
anunciou ontem a compra de seu
rival Promodès por US$ 16,8 bilhões. O negócio, que será concretizado mediante a troca de ações,
vai criar a segunda maior rede de
supermercados do mundo -fica
atrás do Wal-Mart- e o maior
grupo privado francês.
A empresa resultante da fusão
-que ainda depende da aprovação da União Européia- terá um
valor de mercado de cerca de US$
51,3 bilhões, para vendas estimadas em US$ 56,6 bilhões neste
ano. O lucro é calculado em US$
943 milhões.
Após o anúncio, as ações do
Carrefour se valorizaram 0,07%
na Bolsa de Paris, enquanto as do
Promodès tiveram uma alta de
18,43% sobre o fechamento de
sexta-feira. A Bolsa registrou crescimento de 0,32%.
A fusão cria uma companhia
com 9.000 lojas em três continentes, distribuídas por 26 países, das
quais 680 são hipermercados, e
2.600, supermercados.
A empresa será líder do varejo
alimentício na Europa, superando a alemã Metro. Terá uma participação de um quarto dos negócios na França. Na América Latina, o Promodès só atua na Argentina. A presença mais forte está
nos países do sul da Europa
-principalmente Espanha.
O Carrefour é o líder em supermercados no Brasil (leia texto
nesta página) e tem presença forte
na Ásia.
As direções do Carrefour e do
Promodès disseram que não haverá demissões por conta da fusão e que o negócio deve criar novas vagas. Em todo o mundo, são
240 mil funcionários, metade dos
quais na França.
Ataque
O negócio foi visto com otimismo por analistas do mercado, que
esperam uma guerra de preços
para o consumidor final por conta da concorrência.
"Eles fecharam o acordo por
causa do potencial do Wal-Mart",
disse Jean-Noel Vielle, da Meeschaert-Rousselle.
Nos últimos dez anos, o Wal-Mart se tornou o maior grupo varejista dos EUA e do mundo, adquirindo redes poderosas, como a
Sears. Recentemente comprou redes na Alemanha e no Reino Unido, o que demonstra sua intenção
de também dominar o mercado
europeu.
Rumores de que o holandês Royal Ahold -agora o sétimo do
mundo- estaria preparando
uma oferta hostil de compra da
Promodès também podem ter influenciado no negócio, disseram
analistas.
Tendência
O negócio entre o Carrefour e o
Promodès reforça a tendência de
fusões na Europa, que se intensificaram após a implementação do
euro. A moeda única torna mais
fácil e atrativo o avanço de empresas de fora do continente. A fusão
é uma forma de as empresas européias se defenderem contra
"ataques" estrangeiros.
Recentemente as suecas Volvo e
Scania se fundiram, no segmento
automobilístico. Na área financeira, o BNP comprou o Paribas
-na semana passada, teve seu
pedido de compra do Société Generale negado. Elf Aquitaine e Total Fina preparam um meganegócio no setor petrolífero.
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