São Paulo, quarta-feira, 31 de outubro de 2007

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Petrobras reduz envio de gás para SP e Rio

Estatal raciona em 17% o fornecimento do produto a fim de assegurar energia de termelétricas; residências não são afetadas, diz Comgás

No Rio, 89 postos de gasolina e oito indústrias, entre as quais a Bayer e a CSN, estão sem o fornecimento desde ontem

Eduardo Knapp - 15.dez.06/Folha Imagem
Trabalhador na unidade de gás da Petrobras em San Antonio


DA SUCURSAL DO RIO

A fim de assegurar a energia das usinas termelétricas a gás natural do país, a Petrobras decidiu ontem racionar em 17% o fornecimento de gás natural para Comgás (que atua em São Paulo), CEG (Companhia Estadual de Gás, que atua no Rio de Janeiro) e CEG-Rio (que atua no interior do Estado fluminense), distribuidoras do insumo em São Paulo e no Rio.
Como conseqüência, 89 postos de gasolina e oito grandes indústrias do Rio de Janeiro, entre elas a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e a Bayer, estão sem o fornecimento de gás natural desde o final da tarde de ontem.
A Comgás afirmou que fez acordo com sete indústrias paulistas dependentes do gás natural para substituírem o insumo por óleo combustível até que a situação seja normalizada.
Como o produto é mais caro que o gás natural, a Petrobras, afirmou a companhia, comprometeu-se a pagar a diferença de preço. A Comgás disse ainda que as residências de São Paulo também não terão o fornecimento de gás comprometido.
Em nota, a Petrobras afirmou que "se viu obrigada a limitar temporariamente a entrega de gás natural à CEG, à CEG-Rio e à Comgás" para conseguir cumprir um termo de compromisso assinado com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) que garante a geração de energia elétrica das usinas a gás natural.
A empresa estatal afirmou ainda que, há mais de um ano, fornece volume de gás maior que o estipulado em contrato com a CEG e a Comgás e que apenas voltou ao volume determinado no acordo.
"As empresas vinham realizando, havia mais de um ano, retiradas do produto superiores ao volume total estabelecido em contrato", disse a nota.
Ainda segundo a Petrobras, as três distribuidoras foram "alertadas há duas semanas pela área técnica da companhia sobre a redução dos volumes entregues, diante da necessidade de despacho das térmicas por mérito".
A CEG contestou a nota da Petrobras e disse discordar da medida, considerada "arbitrária e unilateral". A companhia negou que o volume de gás que era fornecido antes do corte fosse maior que o determinado em contrato com a Petrobras.
No Rio de Janeiro, houve corte de 1,3 milhão de metros cúbicos de gás natural de um total de 7,57 milhões de metros cúbicos do produto que a Petrobras fornece por dia para distribuidoras do Estado, segundo a CEG.
O corte, de acordo com a CEG, causou redução automática na rede de distribuição de gás natural do Rio, que levou à baixa no fornecimento do produto para os 89 postos de gasolina e oito indústrias.

Normalização
O problema, segundo a CEG, deve começar a ser normalizado hoje. A companhia disse que a medida foi tomada para evitar baixas no abastecimento de gás no comércio e em residências do Rio de Janeiro, os quais, de acordo com a distribuidora, não serão afetados.
Apesar de afirmar que a redução da distribuição de gás natural para os Estados de São Paulo e do Rio de Janeiro é temporária, a Petrobras não estipulou prazos para normalizar o fornecimento.


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