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Petrobras reduz envio de gás para SP e Rio
Estatal raciona em 17% o fornecimento do produto a fim de assegurar energia de termelétricas; residências não são afetadas, diz Comgás
No Rio, 89 postos de gasolina e oito indústrias, entre as quais a Bayer
e a CSN, estão sem o fornecimento desde ontem
Eduardo Knapp - 15.dez.06/Folha Imagem
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Trabalhador na unidade de gás da Petrobras em San Antonio |
DA SUCURSAL DO RIO
A fim de assegurar a energia
das usinas termelétricas a gás
natural do país, a Petrobras decidiu ontem racionar em 17% o
fornecimento de gás natural
para Comgás (que atua em São
Paulo), CEG (Companhia Estadual de Gás, que atua no Rio de
Janeiro) e CEG-Rio (que atua
no interior do Estado fluminense), distribuidoras do insumo em São Paulo e no Rio.
Como conseqüência, 89 postos de gasolina e oito grandes
indústrias do Rio de Janeiro,
entre elas a CSN (Companhia
Siderúrgica Nacional) e a
Bayer, estão sem o fornecimento de gás natural desde o final
da tarde de ontem.
A Comgás afirmou que fez
acordo com sete indústrias
paulistas dependentes do gás
natural para substituírem o insumo por óleo combustível até
que a situação seja normalizada.
Como o produto é mais caro
que o gás natural, a Petrobras,
afirmou a companhia, comprometeu-se a pagar a diferença de
preço. A Comgás disse ainda
que as residências de São Paulo
também não terão o fornecimento de gás comprometido.
Em nota, a Petrobras afirmou que "se viu obrigada a limitar temporariamente a entrega de gás natural à CEG, à CEG-Rio e à Comgás" para conseguir cumprir um termo de
compromisso assinado com a
Aneel (Agência Nacional de
Energia Elétrica) que garante a
geração de energia elétrica das
usinas a gás natural.
A empresa estatal afirmou
ainda que, há mais de um ano,
fornece volume de gás maior
que o estipulado em contrato
com a CEG e a Comgás e que
apenas voltou ao volume determinado no acordo.
"As empresas vinham realizando, havia mais de um ano,
retiradas do produto superiores ao volume total estabelecido em contrato", disse a nota.
Ainda segundo a Petrobras,
as três distribuidoras foram
"alertadas há duas semanas pela área técnica da companhia
sobre a redução dos volumes
entregues, diante da necessidade de despacho das térmicas
por mérito".
A CEG contestou a nota da
Petrobras e disse discordar da
medida, considerada "arbitrária e unilateral". A companhia
negou que o volume de gás que
era fornecido antes do corte
fosse maior que o determinado
em contrato com a Petrobras.
No Rio de Janeiro, houve
corte de 1,3 milhão de metros
cúbicos de gás natural de um
total de 7,57 milhões de metros
cúbicos do produto que a Petrobras fornece por dia para
distribuidoras do Estado, segundo a CEG.
O corte, de acordo com a
CEG, causou redução automática na rede de distribuição de
gás natural do Rio, que levou à
baixa no fornecimento do produto para os 89 postos de gasolina e oito indústrias.
Normalização
O problema, segundo a CEG,
deve começar a ser normalizado hoje. A companhia disse que
a medida foi tomada para evitar
baixas no abastecimento de gás
no comércio e em residências
do Rio de Janeiro, os quais, de
acordo com a distribuidora,
não serão afetados.
Apesar de afirmar que a redução da distribuição de gás
natural para os Estados de São
Paulo e do Rio de Janeiro é
temporária, a Petrobras não estipulou prazos para normalizar
o fornecimento.
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