São Paulo, quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Ganhos de fundos do FGTS devem estimular investidores

Os trabalhadores que investiram seu FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) em fundos de ações da Vale e da Petrobras registraram perdas neste ano, mas os ganhos acumulados ainda superam as demais aplicações. Essa é a conclusão de levantamento da Economática que compara a rentabilidade dos fundos FGTS-Vale e FGTS-Petrobras com outras modalidades de investimentos.
No ano, quem investiu nas ações de Vale e Petrobras perdeu 52,85% e 46,53%, respectivamente. O desempenho ficou abaixo de aplicações como ouro (30,79%), dólar (35,25%), CDI (12,27%) e a própria poupança (7,9%). A rentabilidade dos fundos neste ano foi inferior, inclusive, ao rendimento do FGTS, de 3% ao ano mais TR (Taxa Referencial).
Desde a sua criação, em 17 de agosto de 2000, no entanto, o fundo FGTS-Petrobras acumula ganhos de 480%, valorização bem acima dos investimentos em ouro (270%), CDI (263%) ou do Ibovespa (109%).
O mesmo ocorre com o fundo FGTS-Vale, que se valorizou em 566% desde que foi criado, em 26 de fevereiro de 2002.
Para o economista e professor da PUC-SP Antonio Corrêa de Lacerda, mesmo com as perdas deste ano, os trabalhadores que optaram por aplicar seu FGTS nos fundos fizeram um bom negócio. "Eles ganharam mais do que se tivessem deixado o dinheiro parado", disse.
Lacerda também vê com bons olhos a possibilidade de o governo permitir que os trabalhadores usem os recursos do FGTS para investir no FI-FGTS (Fundo de Investimento do FGTS) em 2009. "A rentabilidade mínima de 6% ao ano é o dobro do que rende o FGTS."
Um grupo técnico do Ministério do Trabalho já está estudando essa possibilidade. O FI-FGTS foi criado em dezembro do ano passado para destinar os recursos do FGTS a obras de infra-estrutura nos setores de rodovias, portos, hidrovias, ferrovias e energia.
O FI-FGTS foi autorizado a funcionar no início deste ano, com um orçamento de R$ 5 bilhões. Com a crise, que tornou o crédito mais escasso, a busca pelos recursos do FI-FGTS aumentou e o orçamento do fundo foi ampliado. Até dezembro, o fundo aprovou quase R$ 12 bilhões em projetos.

Wanderley Nunes prepara abertura de salões populares

Conhecido por atender algumas das maiores celebridades do país -e cobrar caro por isso-, o cabeleireiro Wanderley Nunes começa 2009 com um projeto ambicioso. Dono da rede Studio W, Wanderley pretende abrir mil salões pelo país, para atender consumidores de baixo poder aquisitivo.
Batizado de W One, a rede funcionará no sistema de franquia e exigirá investimento total de R$ 40 milhões. Segundo Wanderley, as negociações com um fundo norte-americano estão em andamento.
"Quero levar o luxo a quem não tem poder aquisitivo", afirma Wanderley, que tem na lista de clientes a primeira-dama, Marisa Letícia.
Segundo ele, a intenção é abrir 20 Studio W, que funcionarão como escolas para os profissionais dos salões populares. Neles, o preço médio do corte de cabelo será de R$ 40. No Studio W, um corte não sai por menos de R$ 150.
"Nos salões W One serão vendidos produtos de uma linha que planejamos lançar para o público de menor renda", diz Wanderley. "Pretendemos distribui-la também em farmácias e supermercados."
O custo estimado para cada franquia é de R$ 500 mil. Incluem-se aí gastos com o salão e R$ 100 mil para ingressar no sistema.
"A idéia é otimizar custos, já que negociaremos com fornecedores grandes quantidades", diz ele. "Também vamos buscar qualidade e economia na montagem das franquias, porque vamos manter um padrão, usando o mesmo serviço para a execução do piso, da iluminação e de equipamentos."
Para o público que frequenta o Studio W, será lançada uma linha de produtos premium. Segundo Wanderley, as negociações estão sendo feitas com uma empresa de Nova Jersey.

AQUISIÇÃO:
BANCO AVALIA COMO POSITIVA POSSÍVEL VENDA DA MEDIAL PARA AMIL

Rumores sobre a aquisição da Medial pela Amil voltaram a circular no mercado. A Medial estaria pedindo R$ 700 milhões, enquanto a Amil teria oferecido R$ 450 milhões. O valor de mercado da Medial é de R$ 537 milhões. Segundo relatório do banco Fator, a aquisição seria positiva porque as empresas têm estratégias similares e conseguirão ganhos de sinergias que resultarão em bom retorno sobre o investimento. Além disso, a Amil tem caixa para bancar a compra da Medial. As empresas negam as negociações.

DOR DE CABEÇA

O último paracetamol, categoria de analgésicos como o Tylenol, produzido na Europa deslizará na esteira de uma fábrica francesa hoje. A Rhodia, comandada por Jean-Pierre Clamadieu, decidiu fechar a fábrica do medicamento na França, informa a Bloomberg. O motivo é a concorrência com a Índia e a China, cujos custos de produção são dois terços inferiores aos da Rhodia na França.

CHEFE
Silvio de Carvalho é o novo CFO (Chief Financial Officer) da holding Itaú Unibanco. Antes de assumir o cargo, Carvalho era responsável pela área de Controladoria do banco Itaú e diretor-executivo da Itaú Holding Financeira. Ele também é professor da USP.

CÉLULA
A Farmacêutica Roche e o Incor acabam de firmar uma parceria de pesquisa com células-tronco para desenvolver uma nova metodologia de tratamento para problemas cardíacos. Trata-se do primeiro acordo em pesquisa básica firmado pela multinacional suíça no país.

ESCRITÓRIO
A incorporadora Yuni, em pareceria com Even, vendeu em 15 dias 70% das unidades do E.Office Design, lançamento de imóveis comerciais na região da Berrini, em SP. A empresa vai lançar outros dois empreendimentos comerciais na região da Faria Lima, também na capital paulista, no ano que vem.

DOAÇÃO
O Carrefour arrecadou 319 toneladas de alimentos, água e roupas na campanha SOS Santa Catarina.

ALÔ
Voltada à mídia digital, a agência F.biz elevou seu faturamento em 40% em 2008 ante o ano anterior. Os motivos foram a consolidação de 12 contas e o crescimento das campanhas via celular. A agência fez 200 projetos na área desde 1999.

AVANÇADOS
A próxima edição da revista "Estudos Avançados", do Instituto de Estudos Avançados da USP, será dedicada à análise da crise econômica e seus impactos no Brasil.

com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI, CRISTIANE BARBIERI (interina) e CLÁUDIA ROLLI



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