São Paulo, domingo, 01 de fevereiro de 2004

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Diploma traz benefícios para quem sabe o que aprender

Fernando Moraes/Folha Imagem
O dentista Vicente Infante, que agora atua em convênios



Profusão de MBAs leva escolas a criar "selo de qualidade"


MARCIO PINHEIRO
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Aumentar o salário, atualizar-se, mudar de profissão, fazer contatos. Várias razões podem levar alguém a cursar uma pós-graduação. Quando se colocam as mãos no diploma, contudo, o cumprimento dessas metas depende de ter traçado um plano claro e de ter escolhido o curso apropriado.
Em meio à intensa propagação de programas de pós e MBA (Master in Business Administration, especialização em administração), o planejamento de carreira ganha importância. Inchado, o mercado sinaliza para uma espécie de auto-regulamentação. Um grupo de 12 entidades já articula a criação da Associação Nacional de Escolas de MBA (Anamba), com a meta de avaliar novos cursos e "separar o joio do trigo".
"A associação faria uma auditoria na escola que está se preparando para entrar no grupo. Será feita uma outra auditoria a cada três anos", explica um dos fundadores da entidade, o coordenador de MBA do Ibmec, Irineu Gianesi.

Foco
Ainda sem parâmetros objetivos para selecionar o melhor curso, cabe aos estudantes definir metas na hora de fazer a pós. A agente internacional de vendas Leslie de Oliveira Heringer, 47, cursou MBA na Fisp (Faculdades Integradas de São Paulo) em busca de reciclagem e de contatos.
Conseguiu, além disso, um novo emprego: foi convidada para lecionar na própria faculdade. "A minha vida mudou radicalmente, e para melhor, depois do curso."
Mas o retorno dos estudos nem sempre é tangível. Para David Forli, da Fundace (Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia), acabou o tempo em que o título era sinônimo de promoção automática.
O engenheiro Sidney Nobre, 38, que cursou MBA na USP (Universidade de São Paulo), é exemplo de que a pós não é uma panacéia.
"Minha vida não mudou nada." Mesmo não sendo um diferencial absoluto, o "headhunter" Luciano Carbonari, da consultoria Panelli Motta Cabrera, diz que a pós "ainda traz vantagens".

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