São Paulo, domingo, 01 de junho de 2008

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GERAÇÃO Y

Resolução de desentendimentos exige atuação de gerência madura


Conflito de gerações no trabalho requer adaptação

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O conflito de gerações no trabalho sempre existiu, e isso não é diferente com quem estréia hoje no ambiente corporativo.
Sendo profissionais que exigem muito mais "feedback" dos superiores sobre o seu desempenho, as dificuldades surgem com os que atuam como chefes, mas não como líderes. Essa é a avaliação Sérgio Amad, consultor da FGV Projetos, da Fundação Getulio Vargas.
Contudo, não é por pertencerem a uma geração anterior que os executivos mais experientes são incapazes de se adaptarem às práticas modernas e inovadoras dos iniciantes, diz Amad.
Esses desentendimentos intergeracionais, para a professora Célia Marcondes Ferraz, coordenadora do Núcleo de Gestão de Pessoas da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), são mais fáceis de serem resolvidos se o gestor é profissionalmente maduro.
"Caso contrário, é preciso preparar a liderança para trabalhar com essa nova variável. E os resultados serão mais efetivos do que se tentarmos mudar a cabeça da geração Y."
Já para Jacqueline Resch, diretora da consultoria Resch RH, a convivência harmoniosa deve ser resultado de uma adaptação de ambas as partes.
"As empresas também precisam dessas características [da geração Y], porque o mundo está diferente", observa Resch.

Terapia de gerações
Para Alcino Therezo Júnior, superintendente de recursos humanos do banco Santander, o "sangue novo" é a aposta da empresa para a criação de produtos diferenciados em relação a outras instituições bancárias. "Eles têm a cabeça mais aberta, são menos paradigmáticos."
A porta de entrada para começarem a carreira no banco são os programas de trainee. Para equacionar divergências, tanto os jovens funcionários como os seus superiores passam por sessões de "coaching".
"Informamos os gestores mais velhos sobre como essas cabecinhas brilhantes funcionam", brinca Therezo Júnior.
Na HP, não há tratamento diferenciado entre os funcionários de gerações diferentes, conta Jair Pianucci, diretor de recursos humanos da fabricante de produtos de informática.
O executivo considera que é mais importante ter um ambiente que abrigue a diversidade do que "criar silos comunitários dentro da empresa".
"Hoje o mundo corporativo aprendeu a conviver com todas as idades juntas. Os profissionais de 60 anos ainda estão trabalhando, enquanto os de 20 estão chegando para construir seu futuro dentro das corporações", comenta Pianucci.


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