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São Paulo, domingo, 02 de fevereiro de 2003

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Profissionais acumulam queixas

DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo para as ocupações que tiveram os maiores índices de reajuste, segundo o estudo do Datafolha, o aumento no salário não foi muito além da reposição da inflação. Os profissionais dessas áreas queixam-se ainda de uma queda no poder aquisitivo.
Apesar de atuar como diagramadora, profissão recordista de reajuste (11,43%), dentro do grupo de ocupações de nível médio, Luciana Mafra, 26, conta que "nem deu para sentir" o aumento que recebeu no seu salário.
Mafra, que acabou de alugar um apartamento, explica que o acréscimo na remuneração não chega a ser suficiente nem sequer para ter um telefone fixo ou acesso à internet. "Ao menos agora vou conseguir pagar o aluguel sozinha. No mais, fiquei na mesma", comenta.
Gerente há três anos de uma loja de bijuterias importadas em São Paulo, Savina Chuello, 24, faz parte da categoria que obteve a segunda maior variação de salários (11,31%) dentro do grupo de diretores e gerentes. O que não significa motivo de comemoração.
"O aumento recai sobre o salário fixo, que representa a menor parte dos ganhos. Vivo das comissões", ilustra. Ela diz que passou a ser criteriosa em relação a gastos. "Antes comprava as peças que vendo. Hoje não dá mais."
Com formação similar à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o torneiro mecânico Edson Marcos Vilela, 28, teve aumento de 10,26%. "Mal dá para acompanhar a inflação. Queria estudar, fazer cursinho, mas não posso pagar a mensalidade", diz.



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