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Profissionais acumulam queixas
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo para as ocupações que
tiveram os maiores índices de reajuste, segundo o estudo do Datafolha, o aumento no salário não
foi muito além da reposição da inflação. Os profissionais dessas
áreas queixam-se ainda de uma
queda no poder aquisitivo.
Apesar de atuar como diagramadora, profissão recordista de
reajuste (11,43%), dentro do grupo de ocupações de nível médio,
Luciana Mafra, 26, conta que
"nem deu para sentir" o aumento
que recebeu no seu salário.
Mafra, que acabou de alugar um
apartamento, explica que o acréscimo na remuneração não chega a
ser suficiente nem sequer para ter
um telefone fixo ou acesso à internet. "Ao menos agora vou conseguir pagar o aluguel sozinha. No
mais, fiquei na mesma", comenta.
Gerente há três anos de uma loja
de bijuterias importadas em São
Paulo, Savina Chuello, 24, faz parte da categoria que obteve a segunda maior variação de salários
(11,31%) dentro do grupo de diretores e gerentes. O que não significa motivo de comemoração.
"O aumento recai sobre o salário fixo, que representa a menor
parte dos ganhos. Vivo das comissões", ilustra. Ela diz que passou a ser criteriosa em relação a
gastos. "Antes comprava as peças
que vendo. Hoje não dá mais."
Com formação similar à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
o torneiro mecânico Edson Marcos Vilela, 28, teve aumento de
10,26%. "Mal dá para acompanhar a inflação. Queria estudar,
fazer cursinho, mas não posso pagar a mensalidade", diz.
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