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Iniciativas isoladas driblaram "ano ruim"
DA REPORTAGEM LOCAL
Se, no geral, os salários "encolheram", iniciativas isoladas de
setores e empresas conseguiram
driblar o "ano ruim" e fechar o calendário com funcionários menos
insatisfeitos em relação às cifras
impressas no contracheque.
"Cada segmento e cada companhia têm a sua história de negociações", explica Tadeu Moraes
de Sousa Coelho, do Centro de
Solidariedade ao Trabalhador.
Um exemplo é a política adotada pelo setor de construção civil,
com índices de reajuste diferentes
para profissionais menos qualificados, que têm aumentos maiores
do que os de primeiro escalão.
As consequências são perceptíveis. Entre os cargos pesquisados
desse setor, servente de obra e
ajudante-geral estão entre os que
tiveram maiores aumentos (9,5%
e 18,26%, respectivamente).
"É o resultado de um bom diálogo com os empregadores", define Antônio de Sousa Ramalho,
53, presidente do Sintracon-SP
(Sindicato dos Trabalhadores da
Construção Civil em São Paulo).
Peça rara
Enquanto a maioria dos mecânicos de automóveis amargou
uma variação salarial de apenas
5,77%, a menor entre as ocupações da produção, os profissionais da oficina San Marino, em
São Paulo, tiveram rendimentos
mensais superiores a R$ 1.000.
O acordo foi feito diretamente
com o proprietário da empresa,
Valdo Gregório de Oliveira, 42.
"Mecânico bom é peça rara. Vale
pagar o dobro e evitar dor de cabeça", justifica Oliveira.
Já na área de saúde a situação foi
a inversa, e os médicos clínicos
plantonistas tiveram o menor reajuste registrado entre as ocupações de nível superior (4,57%).
"Tentamos negociar, mas não
houve resultados. O SUS [Sistema
Único de Saúde" e os convênios
médicos não dão reajustes significativos desde 1995", expõe Eleuses de Paiva, presidente da AMB
(Associação Médica Brasileira).
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