UOL


São Paulo, domingo, 02 de fevereiro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Iniciativas isoladas driblaram "ano ruim"

DA REPORTAGEM LOCAL

Se, no geral, os salários "encolheram", iniciativas isoladas de setores e empresas conseguiram driblar o "ano ruim" e fechar o calendário com funcionários menos insatisfeitos em relação às cifras impressas no contracheque.
"Cada segmento e cada companhia têm a sua história de negociações", explica Tadeu Moraes de Sousa Coelho, do Centro de Solidariedade ao Trabalhador.
Um exemplo é a política adotada pelo setor de construção civil, com índices de reajuste diferentes para profissionais menos qualificados, que têm aumentos maiores do que os de primeiro escalão.
As consequências são perceptíveis. Entre os cargos pesquisados desse setor, servente de obra e ajudante-geral estão entre os que tiveram maiores aumentos (9,5% e 18,26%, respectivamente).
"É o resultado de um bom diálogo com os empregadores", define Antônio de Sousa Ramalho, 53, presidente do Sintracon-SP (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil em São Paulo).
Peça rara
Enquanto a maioria dos mecânicos de automóveis amargou uma variação salarial de apenas 5,77%, a menor entre as ocupações da produção, os profissionais da oficina San Marino, em São Paulo, tiveram rendimentos mensais superiores a R$ 1.000.
O acordo foi feito diretamente com o proprietário da empresa, Valdo Gregório de Oliveira, 42. "Mecânico bom é peça rara. Vale pagar o dobro e evitar dor de cabeça", justifica Oliveira.
Já na área de saúde a situação foi a inversa, e os médicos clínicos plantonistas tiveram o menor reajuste registrado entre as ocupações de nível superior (4,57%).
"Tentamos negociar, mas não houve resultados. O SUS [Sistema Único de Saúde" e os convênios médicos não dão reajustes significativos desde 1995", expõe Eleuses de Paiva, presidente da AMB (Associação Médica Brasileira).



Texto Anterior: Profissionais acumulam queixas
Próximo Texto: Poucas empresas prevêem repor perda total com inflação em 2003


Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.