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Temporada no exterior impõe pausa temporária na evolução profissional, mas propicia experiência e 'networking'
Estudar fora dá VIVÊNCIA, mas tem preço
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Deixar a família, o emprego, os
amigos e passar dois anos apenas
estudando em um país estrangeiro. Um MBA no exterior acarreta
uma série de escolhas nem sempre fáceis por parte do aluno.
Muitos profissionais levam o
cônjuge e os filhos para a temporada de estudos. Para isso, as escolas oferecem aos estrangeiros a
chance de morar em alojamentos
com a família. Porém viver nos
"dorms" das universidades pode
tornar a estada muito cara.
Na Harvard Business School
(Escola de Negócios Harvard),
nos Estados Unidos, o alojamento
de solteiro no campus pode chegar a custar US$ 8.647 (cerca de
R$ 31 mil) durante os dois anos do
curso, enquanto a versão casal
beira os US$ 11 mil (perto de R$
39,8 mil). Na Stanford Graduate
Business School (Escola de Pós-Graduação em Negócios Stanford), também nos EUA, o gasto
com aluguel de uma moradia para um casal pode alcançar US$
21.354 (cerca de R$ 77,3 mil).
Por isso a opção de muitos é alugar apartamentos em áreas mais
baratas da cidade, mas isso implica gasto maior com transporte.
Uma das dificuldades enfrentadas por brasileiros que moram na
Europa e nos EUA é o inverno rigoroso. Entre as formas de driblar
o frio, está a escolha de escolas em
regiões de clima mais ameno.
Eduardo Smith, 32, diretor de
operações da RBS Direct, foi um
dos que consideraram o clima ao
decidir por um MBA norte-americano. Ele concluiu em 2001 o
curso oferecido em Stanford, onde a temperatura média é de
19,5C. "A Califórnia me proporcionou um clima agradável."
Pedro Longaray, 28, administrador, teve problemas com o frio
na sua temporada em Yale, que fica perto de Nova York. "No meu
primeiro inverno, pensava só em
fugir do frio. O trajeto até a escola
parecia não ter fim", lembra.
Rede internacional
Entre as vantagens de morar e
estudar no exterior, está a característica cosmopolita de cidades como Nova York e Londres.
Eduardo Tubosaka, 39, gerente
de marketing e vendas da Sony do
Brasil, fez o curso de MBA na
London Business School (Escola
de Negócios de Londres).
"Viver e estudar em Londres,
um centro financeiro e comercial,
não tem preço para o desenvolvimento profissional e pessoal."
Mas o maior benefício que pode
compensar o investimento de estudar no exterior, segundo estudantes e especialistas em recursos
humanos, é a chance de contato
com pessoas de formação variada, o chamado "networking".
"O mercado de trabalho sabe
que os programas internacionais
promovem um ambiente cultural
mais diversificado do que os cursos das escolas nacionais", analisa
Maria Lúcia Zerbini Pereira, consultora da Ray & Berndtson.
Na escola suíça IMD, a proporção de estrangeiros atinge 95% do
total. Em Wharton, escola dos
EUA que tem o ambiente mais
"internacional", os estudantes de
fora do país representam 38%.
Eduardo Melzer, 30, que terminou no ano passado o MBA em
Harvard (36% de estrangeiros),
diz ter ampliado em muito o "networking". "No curso, fiz os contatos que utilizarei na vida inteira",
diz Melzer, que trabalha em uma
" venture capital" (empresa de investidores) nos EUA.
(TA)
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