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São Paulo, domingo, 02 de fevereiro de 2003

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Temporada no exterior impõe pausa temporária na evolução profissional, mas propicia experiência e 'networking'

Estudar fora dá VIVÊNCIA, mas tem preço

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Deixar a família, o emprego, os amigos e passar dois anos apenas estudando em um país estrangeiro. Um MBA no exterior acarreta uma série de escolhas nem sempre fáceis por parte do aluno.
Muitos profissionais levam o cônjuge e os filhos para a temporada de estudos. Para isso, as escolas oferecem aos estrangeiros a chance de morar em alojamentos com a família. Porém viver nos "dorms" das universidades pode tornar a estada muito cara.
Na Harvard Business School (Escola de Negócios Harvard), nos Estados Unidos, o alojamento de solteiro no campus pode chegar a custar US$ 8.647 (cerca de R$ 31 mil) durante os dois anos do curso, enquanto a versão casal beira os US$ 11 mil (perto de R$ 39,8 mil). Na Stanford Graduate Business School (Escola de Pós-Graduação em Negócios Stanford), também nos EUA, o gasto com aluguel de uma moradia para um casal pode alcançar US$ 21.354 (cerca de R$ 77,3 mil).
Por isso a opção de muitos é alugar apartamentos em áreas mais baratas da cidade, mas isso implica gasto maior com transporte.
Uma das dificuldades enfrentadas por brasileiros que moram na Europa e nos EUA é o inverno rigoroso. Entre as formas de driblar o frio, está a escolha de escolas em regiões de clima mais ameno.
Eduardo Smith, 32, diretor de operações da RBS Direct, foi um dos que consideraram o clima ao decidir por um MBA norte-americano. Ele concluiu em 2001 o curso oferecido em Stanford, onde a temperatura média é de 19,5C. "A Califórnia me proporcionou um clima agradável."
Pedro Longaray, 28, administrador, teve problemas com o frio na sua temporada em Yale, que fica perto de Nova York. "No meu primeiro inverno, pensava só em fugir do frio. O trajeto até a escola parecia não ter fim", lembra.

Rede internacional
Entre as vantagens de morar e estudar no exterior, está a característica cosmopolita de cidades como Nova York e Londres.
Eduardo Tubosaka, 39, gerente de marketing e vendas da Sony do Brasil, fez o curso de MBA na London Business School (Escola de Negócios de Londres).
"Viver e estudar em Londres, um centro financeiro e comercial, não tem preço para o desenvolvimento profissional e pessoal."
Mas o maior benefício que pode compensar o investimento de estudar no exterior, segundo estudantes e especialistas em recursos humanos, é a chance de contato com pessoas de formação variada, o chamado "networking".
"O mercado de trabalho sabe que os programas internacionais promovem um ambiente cultural mais diversificado do que os cursos das escolas nacionais", analisa Maria Lúcia Zerbini Pereira, consultora da Ray & Berndtson.
Na escola suíça IMD, a proporção de estrangeiros atinge 95% do total. Em Wharton, escola dos EUA que tem o ambiente mais "internacional", os estudantes de fora do país representam 38%.
Eduardo Melzer, 30, que terminou no ano passado o MBA em Harvard (36% de estrangeiros), diz ter ampliado em muito o "networking". "No curso, fiz os contatos que utilizarei na vida inteira", diz Melzer, que trabalha em uma " venture capital" (empresa de investidores) nos EUA. (TA)


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