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Busca por diferencial leva profissionais de volta à escola para cursar pós-graduação, mas é preciso critério na escolha
Curso certo ajuda a abrir espaço no MERCADO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Que o mercado está cada vez
mais exigente todo mundo sabe. É
por isso que fazer só a graduação,
hoje em dia, já não basta. Atentos
a isso, os profissionais cavam formas de se diferenciar e procuram
incrementar o seu currículo.
De acordo com os dados da Capes, em cinco anos o número de
mestres e doutores dobrou. Em
1996, 12.551 estudantes terminaram o curso, já em 2001 foram tituladas 25.672 pessoas no país.
Outro exemplo: dos 550 mil
profissionais cadastrados no site
da Curriculum, mais de 30 mil
têm alguma pós-graduação.
Patricia Molino, 36, diretora da
KPMG, diz que o interesse por
aperfeiçoamento é bem-visto pelo mercado, mas na hora certa.
"Após a graduação, o ideal é conciliar uma pós "lato sensu" com o
trabalho. MBA, mestrado ou doutorado devem ser feitos depois
que você já tem um plano de carreira e sentiu falta da teoria."
Além de ser bem-visto, quem
tem algum tipo de pós-graduação
ganha pelo menos 20% a mais do
que o somente graduado, de acordo com uma pesquisa do Grupo
Catho.
Outro ponto de consenso entre
os especialistas é que não adianta
colecionar diplomas. "Ficar juntando certificados, sem aplicar
conteúdo, não é válido", diz o presidente da Manager, Ricardo de
Almeida Prado Xavier, 57.
Segundo Robert Wong, 54, sócio-diretor da consultoria Korn
Ferry, ter o foco na carreira é essencial. "Você tem de estudar
aquilo que pode levar ao raciocínio e à aplicação no trabalho."
Hora certa
O desafio também é encontrar o
momento ideal para se aperfeiçoar. E quem acerta na dose pode
colher bons resultados, como o
engenheiro Glauco Bartolo Berretta, 30, consultor do segmento
de papel e celulose da SKF do Brasil, do setor de rolamentos.
Berretta era autônomo, pretendia ir para uma multinacional,
mas precisava de um impulso. Já
pós-graduado em administração,
resolveu bancar seu MBA. Foi durante esse período que entrou para a SKF. "O MBA foi decisivo."
Já Ricardo Moraes Guidugli, 34,
gerente-corporativo do Lloyds
TSB, quando começou seu MBA,
trabalhava em banco. Durante o
período de aulas, recebeu algumas propostas de emprego e decidiu-se pela atual empresa. "Fiz o
curso no momento certo."
"Mas é bom lembrar que o MBA
não é garantia de emprego ou de
promoção. O melhor momento
para fazê-lo é entre os 28 e os 35
anos, quando você já tem experiência e tempo para aplicar o
conteúdo", diz Luciana Sakorzi,
sócia-diretora da Career Center.
Antes de decidir fazer uma pós,
é preciso ter como conciliar estudo, trabalho e vida pessoal.
O engenheiro Fabiano Colicchio, 30, fez especialização em administração de empresas pela
FGV-Eaesp enquanto trabalhava
em uma consultoria. "Precisava
trabalhar além do horário e faltava demais às aulas", afirma.
Frederico Borer, gerente financeiro da Rede Globo, fez o mestrado profissionalizante da FGV-Eaesp e, durante o período, acabou se separando da mulher.
"Quem vai trabalhar e fazer um
MBA tem de saber que vai ficar
dois anos só fazendo aquilo. A vida pessoal sai prejudicada."
(AM)
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