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São Paulo, domingo, 02 de fevereiro de 2003

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Mestrados e doutorados com nota sete cresceram 113% em 3 anos; programa de MBA não passa por avaliação oficial

49 cursos obtêm CONCEITO máximo da Capes

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A qualidade dos cursos de pós-graduação ministrados no país tem crescido. Essa é a conclusão que pode ser tirada da avaliação realizada pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Desde 1996, tabelas com os conceitos dos cursos são publicadas pelo órgão.
Claudio de Moura Castro, economista e um dos principais pensadores sobre educação do país, ratifica a avaliação: "A pós-graduação está melhorando. Que o digam as publicações científicas, que crescem mais rápido do que a média mundial". Porém há o que ser corrigido ainda. "Há um equívoco na avaliação, que conta "papers" onde deveria registrar serviços, inovações, patentes, intervenções no setor produtivo", diz.
Até 1997, as notas dadas pela Capes para os cursos de pós-graduação eram divididas em cinco conceitos (de A a E). Para evitar que cursos muito diferentes fossem classificados dentro de um mesmo conceito, a Capes adotou, a partir de 1998, um sistema de sete notas (de um a sete). A nota três representa os requisitos mínimos. "Sete é o nível de excelência, com desempenho e produção científica compatível com padrões internacionais", explica Rosana Arcoverde, 42, coordenadora de acompanhamento e avaliação.
O número de cursos avaliados com a nota máxima pelo atual critério atingiu o seu topo em 2001, quando 49 programas receberam a nota sete. Significa um aumento de 113% em relação aos dois anos anteriores, quando só 23 escolas tiveram esse conceito. Ainda em 2001, nenhum curso recebeu as notas um e dois, reservadas aos que não atingiram patamares mínimos de qualidade. Em 2000, 46 cursos foram considerados como não tendo os requisitos mínimos.
Todas as instituições que tenham pós-graduação com nota maior ou igual a três podem abrir MBAs ("lato sensu") no Brasil.
Esses cursos de MBA, porém, não são avaliados pela Capes, que tem apenas a responsabilidade de fiscalizar a pós-graduação "stricto sensu" (mestrado e doutorado). "Programas de MBA são especializações", lembra Arcoverde.

Qualidade dos MBAs
As escolas que ministram esses cursos de MBA não podem dizer que seus programas são "stricto sensu" ou que oferecem aos seus alunos os títulos de mestrado.
A ressalva é feita para os casos em que cursos de mestrado são batizados pela escola com o nome de MBA, mas esses já possuem o credenciamento de "stricto sensu", como é o caso do mestrado profissionalizante da FGV-SP.
"Hoje quem procura um curso não tem como avaliar sua qualidade. O único referencial é o do mercado, que aceita "melhor" algumas instituições", avalia Geraldo Moisés Martins, 60, diretor-superintendente da Funadesp (Fundação Nacional de Desenvolvimento do Ensino Superior Particular). (TIAGO AGUIAR)


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