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Mestrados e doutorados com nota sete cresceram 113% em 3 anos; programa de MBA não passa por avaliação oficial
49 cursos obtêm CONCEITO máximo da Capes
FREE-LANCE PARA A FOLHA
A qualidade dos cursos de pós-graduação ministrados no país
tem crescido. Essa é a conclusão
que pode ser tirada da avaliação
realizada pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Desde
1996, tabelas com os conceitos dos
cursos são publicadas pelo órgão.
Claudio de Moura Castro, economista e um dos principais pensadores sobre educação do país,
ratifica a avaliação: "A pós-graduação está melhorando. Que o
digam as publicações científicas,
que crescem mais rápido do que a
média mundial". Porém há o que
ser corrigido ainda. "Há um equívoco na avaliação, que conta "papers" onde deveria registrar serviços, inovações, patentes, intervenções no setor produtivo", diz.
Até 1997, as notas dadas pela
Capes para os cursos de pós-graduação eram divididas em cinco
conceitos (de A a E). Para evitar
que cursos muito diferentes fossem classificados dentro de um
mesmo conceito, a Capes adotou,
a partir de 1998, um sistema de sete notas (de um a sete). A nota três
representa os requisitos mínimos.
"Sete é o nível de excelência, com
desempenho e produção científica compatível com padrões internacionais", explica Rosana Arcoverde, 42, coordenadora de acompanhamento e avaliação.
O número de cursos avaliados
com a nota máxima pelo atual critério atingiu o seu topo em 2001,
quando 49 programas receberam
a nota sete. Significa um aumento
de 113% em relação aos dois anos
anteriores, quando só 23 escolas
tiveram esse conceito. Ainda em
2001, nenhum curso recebeu as
notas um e dois, reservadas aos
que não atingiram patamares mínimos de qualidade. Em 2000, 46
cursos foram considerados como
não tendo os requisitos mínimos.
Todas as instituições que tenham pós-graduação com nota
maior ou igual a três podem abrir
MBAs ("lato sensu") no Brasil.
Esses cursos de MBA, porém,
não são avaliados pela Capes, que
tem apenas a responsabilidade de
fiscalizar a pós-graduação "stricto
sensu" (mestrado e doutorado).
"Programas de MBA são especializações", lembra Arcoverde.
Qualidade dos MBAs
As escolas que ministram esses
cursos de MBA não podem dizer
que seus programas são "stricto
sensu" ou que oferecem aos seus
alunos os títulos de mestrado.
A ressalva é feita para os casos
em que cursos de mestrado são
batizados pela escola com o nome
de MBA, mas esses já possuem o
credenciamento de "stricto sensu", como é o caso do mestrado
profissionalizante da FGV-SP.
"Hoje quem procura um curso
não tem como avaliar sua qualidade. O único referencial é o do
mercado, que aceita "melhor" algumas instituições", avalia Geraldo Moisés Martins, 60, diretor-superintendente da Funadesp (Fundação Nacional de Desenvolvimento do Ensino Superior Particular).
(TIAGO AGUIAR)
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