São Paulo, domingo, 02 de maio de 2004

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GUIA DOS CONCURSOS

Falta de conhecimento provoca erros de interpretação; disciplinas exatas surgem em segundo lugar

Língua portuguesa é a que mais reprova nos testes escritos

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Português é a disciplina que mais reprova em concursos públicos. "Não há o que se faça no governo que não seja por escrito. A língua portuguesa é, dentro da máquina pública, a ferramenta mais usada", justifica Fabio Fabrizziani, da Meta Concursos.
Por isso, completa ele, as provas da disciplina são rigorosas. A língua é responsável também por reprovação indireta. A maioria das questões, de português ou de outras matérias, tem enunciados requintados, que exigem bom nível de interpretação de texto.
Os candidatos que mais demonstram dificuldade não são, como seria de imaginar, os especialistas nas matérias de exatas. "Eles têm consciência de que não sabem português, por isso estudam. Os que mais têm dificuldades na prova são aqueles que pensam que sabem", diz Fabrizziani.
Em seguida na lista das "vilãs" vêm matemática, contabilidade e auditoria. As matérias jurídicas aparecem em terceiro lugar.
As provas para o Ministério Público e para a magistratura são as mais difíceis do Brasil, na opinião de Damásio de Jesus, professor de direito penal e presidente do Complexo Jurídico Damásio de Jesus. Sua nota de corte é 76 (nos outros concursos, esse valor varia de 50 a 60).
O português, segundo ele, é o grande obstáculo também nessa área. "Se não souber escrever, não adianta ter bom conhecimento técnico", afirma.

Receita de prova
Os professores são unânimes em dizer que uma das formas mais eficientes de estudar para um concurso é conhecer a "linha" da instituição organizadora.
No caso das provas da Fundação Carlos Chagas -uma das maiores organizadoras de exames do país-, por exemplo, o candidato vai notar a ausência das chamadas "pegadinhas". "Esse tipo de questão é proibida", diz Ricardo Iglesias, superintendente de operações externas da instituição.
Já nas provas do Cespe (ligado à Universidade de Brasília), vai se dar mal quem que pretende "chutar": cada resposta errada anula uma certa (quando não souber, é melhor deixar em branco).
A Fundação Cesgranrio valoriza o grau de atualização e de proximidade com o cotidiano dos candidatos, diz o presidente Carlos Alberto Serpa de Oliveira.
Na Vunesp, pode ocorrer de o candidato ter de fazer uma prova prática. É o caso, por exemplo, dos testes para cozinheiro, eletricista, mecânico e motorista.
Dica: descubra quem vai organizar a sua prova e estude usando os exames anteriores. (RGV)


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