São Paulo, domingo, 02 de maio de 2004

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GUIA DOS CONCURSOS

Carreiras exigem que servidor volte aos bancos escolares depois do fim das provas; reprovados estão fora

Após a aprovação, escolas de governo cobram resultados

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Engana-se o candidato a servidor que acha que, depois de uma verdadeira maratona de estudos, ser aprovado no concurso público é o final feliz da sua história. Em muitas carreiras, os testes são só o primeiro passo. Depois da aprovação, pode ser necessário voltar aos bancos escolares e cursar uma escola de governo. Quem é reprovado está fora do funcionalismo.
"As carreiras que mais têm essa necessidade são as do núcleo estratégico do Estado", diz José Luiz Pagnussat, assessor da diretoria de formação profissional da Enap (Escola Nacional de Administração Pública). É o caso da diplomacia, que envia seus concursados ao Instituto Rio Branco. Há ainda cursos de formação na Esaf (Escola de Administração Fazendária) e na Academia da Polícia Federal, entre outras.
Para o estudioso José Matias Pereira, cientista político da UnB (Universidade de Brasília), ainda é pouco. O ideal, diz, seria que mais carreiras obrigassem os aprovados a cursar escolas de governo. "É preciso investir mais nessa área. Os magistrados [por exemplo] têm como alternativa uma escola de magistratura, mas sem papel de escola de governo."
A diretora de análise e monitoramento da força de trabalho do Planejamento, Regina Luna, reconhece que "do ano passado para cá, devido ao aumento do número de concursos, a demanda aumentou". No plano federal, contudo, ela considera a oferta atual satisfatória. "Mas seria bom introduzir essa preocupação [de formação] nas administrações municipal e estadual", afirma.

Pós em gestão pública
A Enap, que forma servidores das áreas de gestão e de fiscalização, abrirá neste ano seu primeiro curso de pós-graduação em gestão pública. Será uma especialização ("lato sensu") com duração total de um ano.
"A demanda por parte dos órgãos públicos é grande. Eles querem que os cursos de pós-graduação valorizem suas especificidades", pondera José Luiz Pagnussat. (RGV)


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