São Paulo, domingo, 02 de junho de 2002

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VAGAS INVISÍVEIS

"Networking" converte o ex-chefe em aliado

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Para chegar às vagas ocultas no mercado, é fundamental dedicar mais atenção ao cultivo de contatos, ou seja, ao "networking".
Essa rede tem funcionado a favor de Sérgio Augusto Batista Lima, 28. Atuando há 11 anos na área comercial, ele afirma que todos os empregos que arranjou até hoje foram indicados por amigos ou por ex-colegas de trabalho.
"A primeira coisa que faço quando estou desempregado é contatar todos por telefone", afirma. Para ele, o método rende mais do que o envio de currículos.
Juliana Maria de Queiroz, 30, concorda. "Agora está mais difícil arrumar trabalho sem ser por indicação. Deixo currículos em agências, mas não sou chamada."
Para Thomas Case, 64, fundador do Grupo Catho, os mais eficientes "indicadores" são os antigos superiores e colegas.
Segundo pesquisa da Catho com 9.174 executivos, 46% deles já indicaram um conhecido para vir trabalhar em sua empresa.
"É importante manter bons relacionamentos e nunca romper com o chefe por causa da demissão", aponta, lembrando que grande parte dos executivos volta a atuar com ex-empregadores.
Além disso, o profissional precisa mostrar seu trabalho na companhia, comenta Daniela Simi, 30, gerente de marketing e fidelidade do Grupo Pão de Açúcar. "Obtive esse emprego graças à indicação de uma pessoa que trabalhou na mesma empresa que eu, mas não era minha colega de trabalho."

Mostrando a cara
Para se tornar ainda mais eficaz, a rede precisa se estender além dos amigos. "Quando você mostra habilidades para clientes, torna-se referência, está na vitrina o tempo todo", diz o consultor Ricardo de Almeida Prado Xavier.
Evany da Costa Gomes, 50, que o diga. Diretora de atendimento e planejamento da Research International, assumiu o cargo a convite do presidente da companhia. "Provavelmente fui indicada por alguém do mercado", comenta.
Essa prática não se restringe a grandes companhias. Segundo levantamento do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e da CNI (Confederação Nacional da Indústria), 64% de 2.500 micro e pequenos empresários entrevistados recorrem à indicação. Na região Sudeste, o índice registrado foi de 70%.


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