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São Paulo, domingo, 02 de novembro de 2003

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SEGUNDA LIÇÃO - TALENTO

Empresas vêem talentos como estratégicos e investem mais na capacitação de suas equipes

Funcionários viram centro das atenções

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A gestão de pessoas alcançou o primeiro escalão das grandes empresas. Apesar de persistirem em muitos ambientes técnicas obsoletas de recrutamento e de remuneração, hoje é difícil encontrar quem duvide da relação direta entre pessoas e resultados.
A escalada de executivos de RH -que antes tinham preocupações básicas com higiene e saúde das equipes- é visível pela massificação do conceito de remuneração variável, por exemplo.
A maioria das gerências percebe o sistema de remuneração como estratégico. Pesquisa da consultoria PricewaterhouseCoopers com 1.055 corporações em 47 países verificou que 65% das empresas avaliam que esse impacto tem sido efetivo ou muito efetivo.
No Brasil, o índice é de 81%. "Detectamos o crescimento do uso de remuneração variável e da busca de modelos mais flexíveis, o que expressa o esforço para alinhar os interesses de executivos e de empregados aos dos acionistas", diz João Lins, 38, diretor de consultoria em capital humano.
"Remunerações fixas competitivas e variáveis agressivas." Essa é a política da Companhia Vale do Rio Doce, explica Marcos Roger, 46, diretor de gestão de pessoas. Lá, os empregados recebem cerca de 2,5 salários extras ao ano.
"Quero que meus funcionários tenham atitude empreendedora", diz Jorge Aguirre, 53, diretor-geral da Pizza Hut. Ao assumir a rede em 99, ele adotou a participação dos gerentes nos resultados e tirou a marca do vermelho. Em 2003, espera faturar R$ 30 milhões, 20% a mais do que em 2002.
Para o futuro, os gurus da gestão prevêem descentralização de poder. "O modelo militar da administração industrial está ultrapassado. As empresas devem dar mais poder às pessoas", disse Stephen Covey, 72, autor de "Os 7 Hábitos das Pessoas Altamente Eficazes" (ed. Best Seller), em entrevista exclusiva à Folha.
Aprendizagem organizacional e capacitação, focadas não só em competência técnica, mas também no desenvolvimento pessoal, serão mais comuns no futuro, diz Cláudia Bittencourt, 36, do Grupo de Estudos em Aprendizagem Organizacional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. "A meta é construir um ambiente em que as práticas e a aprendizagem sejam incorporadas."
Para Marcos Roger, da Vale, o desenvolvimento de pessoas virou questão de competitividade. ""Assim como no futebol, não é possível formar o time só contratando estrelas do mercado -é preciso desenvolver talentos."
(JULIANA GARÇON)

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