S?o Paulo, domingo, 03 de abril de 2011

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Diretoria enfrenta desafio de preparar sucessores à altura

Apegados à carreira, "baby boomers" relutam em passar o comando para geração mais jovem, dizem consultores

DE SÃO PAULO

Passar o bastão tem sido um grande desafio para companhias em fase de renovação de diretoria.
O profissional da geração "baby boomer" preparou-se para ter aquele posto por toda a carreira e apresenta dificuldades em fazer um sucessor na empresa, por ver nele diferenças significativas tanto de atitude quanto de personalidade.
"Surge um desafio organizacional: como preparar esses executivos [da geração X], que vêm de trajetórias mais curtas nas companhias, para assumir uma posição estratégica?", questiona o diretor-executivo da consultoria Produtive, Rafael Souto.
A franquia multinacional Sunbelt, especializada em compra e venda de empresas, registra que o principal motivo para que um negócio seja vendido é a dificuldade em encontrar alguém de dentro da companhia que possa assumi-la após a saída do presidente ou diretor.
Batista Gigliotti, máster-franqueado da Sunbelt no Brasil, diz que, nas empresas menos dependentes da figura do presidente ou do diretor e mais bem organizadas em relação à sucessão, a transição é menos "dolorosa".
Para ele, a preparação do substituto deve ser compatível com a estratégia de médio e longo prazos da empresa.
O tempo para essa transição varia. "Menos de um ano é muito pouco, e mais do que três é demais", considera.
Deixar de preparar um sucessor tem como explicação também a insegurança do superior, que teme perder importância e status.

APEGO
A CEO da consultoria Lens e Minarelli, Mariá Giuliese, diz que a geração "baby boomer", por ser mais apegada à posição na empresa, muitas vezes não ajuda no desenvolvimento de sucessores, trazendo-os de fora da empresa.
Ela teve um exemplo disso na própria família. Seu filho, André Giuliese, 36, engenheiro de tecnologia da informação, era gerente em uma empresa na qual havia a possibilidade de ser diretor assim que seu chefe alcançasse uma nova posição.
Ele, no entanto, afirma que não recebia preparação para assumir o cargo de direção. "Recebi uma proposta para ser diretor em outra empresa e aceitei", conta André.


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