São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2004

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Manter-se no mercado requer criatividade

DA REPORTAGEM LOCAL

A criatividade necessária à carreira de artes visuais não se restringe à capacidade de concepção de obras. Ela também precisa ser aplicada diariamente no processo de inserção no mercado. Pouco convencional, o caminho depende bastante das soluções encontradas pelo profissional na criação do seu próprio espaço.
"Nada é fácil, são as motivações pessoais que nos levam adiante. É preciso correr atrás, forçar a barra", comenta Daniela Brilhante, 29. Formada em arquitetura pela UnB (Universidade de Brasília), ela realiza projetos em artes visuais desde 1999. Vídeo e design são os suportes que mais utiliza.
Há dois meses, foi selecionada para fazer parte do Spa das Artes, em Pernambuco, com o projeto Fiteiro do ET Gay. Mascarada, vendia balas, cigarros e outros itens que ganharam a identidade visual do personagem que criou.
Em 2002, em parceria com o também artista visual Lourival Batista, 29, emplacou o Concurso do Mickey Feio como instalação premiada na Mostra Rioarte Contemporânea. O projeto consistiu em coletar desenhos e objetos de estética duvidosa que faziam referência ao personagem de Walt Disney. Faturou R$ 10 mil.
Arriscando suas primeiras atuações no circuito brasileiro, Aslan Cabral, 24, acredita que as artes visuais atravessam um "boom". "Há muita gente se lançando. Vai haver uma hora da verdade para peneirar os bons", ressalta.
Atualmente, Cabral usa a internet para levar pessoas em todo o mundo a reproduzir o logotipo da marca Coco Chanel em objetos inusitados. Em Recife (PE), a experimentação pode ser conferida em bueiros e lixeiras. Em Uberlândia (MG), um bosque inteiro ganhou árvores enfeitadas com o símbolo. Em Bilbao, na Espanha, grafiteiros misturam a marca aos seus trabalhos. "Não tem nada de protesto, é só mobilização coletiva", enfatiza Cabral.

Circuito próprio
Vencedora da edição 96 do Prêmio Philips para Jovens Talentos, Adriana Xiclet, 35, mudou-se do Espírito Santo para São Paulo em 1997. "Levei meu currículo de galeria em galeria. Acabei entendendo que o melhor era criar meu próprio circuito", conta a artista.
Desde 2001, Xiclet vive da Casa da Xiclet, uma galeria criada para impulsionar principiantes em artes visuais. "É um espaço para pré-lançamentos", define. (TD)


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